Brasil, a indústria do medo.
Entre a Ditadura e a instituição da Democracia no Brasil se começa a perceber uma imensa lacuna de proximidade. Permeada de anarquia, corrupção, desrespeito aos direitos e libertinagem, que ensejam numa degeneração das pretensões de Democracia. A bem da nossa verdade, vem surgindo como uma verdadeira desordem nessa imensa paisagem.
No arfã de ver o país como potência, o povo sem cultura e sem estudo, se permitiu mais uma vez enganar, enveredando pelos escombros da desorganização, onde o maior legado é dos oportunistas. Cabendo aí inferir que o povo imaturo, contribuiu e muito com a sua ingenuidade na situação, que vemos, por hora exposta.
Quando em eleições faraônicas e de palanques, a moda do império, o cidadão, se permite ainda votar a moda antiga, pois vota num elemento, por causa da boa aparência, por qualquer trocado, por sua linguagem rebuscada, por causa de doação de anel de grau, de uns tijolos, por causa de uns reais ou de asfaltamento em sua rua, ou quando não, proporcionam empregar o seu filho. Esses são os legados do cidadão, em época de eleição, que vão durar os quatro anos, porém quando devidamente no poder, o político persuasivo, que vendeu tudo o que tinha, vai em busca do seu quinhão com juros e correção. Não obstante estudos, pra comprovar, que a maioria vislumbra o poder para uso pessoal e não enxerga mais o povo.
No extremo de todo esse inicio, como em outros setores, por exemplo, temos a saúde, a educação e a segurança visíveis pontos de estrangulamento, dado ao tratamento inadequado aos setores, na verdade ao descaso, o cultismo da falta de compromisso com a sociedade. Seja pela impunidade evidenciada pela omissão, negligência, corporativismo corrupto, ou mesmo ao despreparo desses candidatos e do próprio povo, quanto as suas responsabilidades sociais e ambientais. Cujo impacto, ao longo dos anos, vai se cronificando no caos que ambos vivemos no cotidiano.
O contra senso é tanto, que assistimos passivamente, pelos meios de comunicação, como se fossem novelas, assuntos banais ou algo cultural, pessoas consideradas importantes ou até celebridades dentro da sociedade usando e abusando de corrupção, de prostituição, de atitudes de abandono, de consumo e venda de drogas, de violência exacerbada contra os costumes e a moral, arraigadas a protocolos judiciários medíocres, para extirpar esses parasitas nocivos a existência de uma ordem social sadia.
Acompanhamos ainda acanhados, a situação de um pai de família, vindo do seu trabalho ser assassinado por um bandido sem esboçar qualquer reação de defesa. E depois, esse elemento, se preso, gozar dos benefícios da lei, por ser considerado humano, como um cidadão, que trabalha dia a dia para construir esse país, que honra os seus compromissos familiares e que paga seus impostos.
Num país, cuja procriação é incentivada sem qualquer estrutura, cujos direitos são elencados apenas no papel, num país, cujas escolas não instruem, que a saúde mata, num país onde as pessoas, sob grades e toda parafernália de investimento em segurança, em suas próprias casas viram refém, onde o álcool, o tabaco, as drogas ilícitas, os estádios de futebol, as casas noturnas, as grandes empresas, as políticas públicas, a corrupção, os bancos e as estatais são autoridades a fazer do povo o que bem entendem, não podemos dizer, afirmar que a evolução é no sentido de priorizar a Democracia.
Com tudo exposto, ainda chegamos às vezes a olhar e orgulha-se de atitude de solidariedade, de caridade, de honestidade, de humildade entre outras, inerentes ao comportamento de uma família, de uma sociedade, sendo isso natural, como coisa de outro mundo. Talvez ignorantemente ou quem sabe até, desconectado da realidade das nossas tradições, ou da conduta nos outros países, pois se for diferente é o mesmo que expor, ao mundo a incapacidade desse nosso povo, a evolução.
Vale ressaltar, por fim, que não precisamos mais nos ater a um politico, a um jogador, a um cara, como se expressa modernamente para resolver os problemas, mas sim ao povo. Esse é o diferencial, pra tornar qualquer sociedade forte. Pois se fomos acostumados a cultura da doação, agora é hora de fazer diferente. Aqui é a nossa casa e precisamos nos ater a consciência, que somos os responsáveis, somos os verdadeiros donos e se não zelarmos adequadamente, e se não nos empenharmos com responsabilidade, não adianta prantear, pois enfrentaremos sempre essa situação. Deixemos de ser filhos da mãe, moldados a dengos e a redengos, acostumados ao mingau na mamadeira, ao colo carinhoso da mãe pátria, que a gora mais do que nunca precisa dos filhos maduros para garantir o futuro dos herdeiros.