TRABALHAR PERDAS

Creio que existem situações que pegam as pessoas desprevenidas, embora sejam previsíveis de acontecerem. Parece que a expectativa só contempla o resultado positivo, deixando de lado o negativo, talvez, a propósito, por ser mais difícil de ser enfrentado.

Vendo as reportagens sobre as eleições deu para perceber como era penoso para os candidatos lidarem com a derrota. Entretanto, isto era uma das possibilidades. Muitos já a conheceram em outras oportunidades.

Alguns vitoriosos nas eleições passadas sagraram-se vencedores, novamente.

E os que não conquistaram o tão almejado resultado?Sempre valerá a reflexão, para um recomeço no qual os erros possam ser corrigidos.

É preciso rever programas, projetos, objetivos e realinhá-los ou reformulá-los dentro dos princípios da coerência e da ética.

Todo planejamento deve ter objetos finais, meios que sejam viáveis, flexíveis, lícitos e adequados para atingir os objetivos propostos. Entretanto, dá para perceber que muitas vezes,ao serem atingidos os objetivos,as pessoas se descansam sobre os resultados obtidos e ficam a usufruir dos louros da vitória,sem perceberem que isto os tornará distantes da realidade.Para atingir um sonho é preciso lutar por ele. Ao conquistá-lo, as bases devem ser solidificadas, para não correr o risco de ficar como algo sem suporte, sem sustentação e sem firmeza.

É preciso como diz Içami Tiba, coerência, constância e conseqüência. Em se tratando de política, a constância pressupõe ter sempre os pés no chão, contato com a realidade, satisfação àqueles que lhes deram seu voto, atitudes de acordo com o que se propuseram, dentro de princípios morais, éticos durante todo seu mandato. É importante dar satisfação aos eleitores, não só em época de eleição.Dependendo da constância da reafirmação dos propósitos,valores e fins será a contra- partida dada pelo eleitor.

A vida é feita de ciclos. Ninguém vence sempre. Também não perde sempre.

É preciso humildade para entender que é preciso agir na vida publica e na vida particular de forma coerente e afinada. Tem que haver retidão, moralidade, trabalho, seriedade e honestidade em ambas.

Aquele que é eleito tem que prestar contas durante todo o período não é só retornar junto à população para pedir novo voto, mas procurar refazer este percurso muitas vezes, inteirar-se da satisfação do eleitor, do que pode ser melhorado, do que ainda é necessário fazer. Só assim haverá a fidelização do eleitor senão a tendência é buscar novos paradigmas, novas propostas.

Parece-me que é isto que acontece, na maioria das vezes.

É preciso então, rever os erros, arregaçar as mangas e recomeçar um novo trabalho sério, honesto com propósitos, com viabilidade de execução, lançando desde já as bases para tentar acertar no futuro.

As derrotas devem servir de aprendizado para recomeçar melhor, crescer, se aperfeiçoar, aparar arestas ou para fazer com que as coisas sejam vistas sob uma nova ótica.

Como diz Richard Bach: Não existe um problema que não ofereça uma dádiva. Procuram-se os problemas porque se precisa das dádivas por eles oferecidas.