Justiça para todos
Vejo pela janela muita gente clamando, pedindo impeachment, mostrando o seu descontentamento com a situação atual, se empurrando nas largas ruas do país, exaltando o feito, vejo, na verdade, como um mar revolto, soltando a voz, ávida por justiça. Acusando, se pintando, usando de criatividade, rotulando, culpando os culpados pelo caos social, ético, econômico e politico. Levantando a bandeira da indignação acuada na garganta, por tantas mazelas, engôdos, descasos, corrupção e omissões desse Estado que nos abriga.
A bem da verdade há que se inferir, que hoje o povo e o Estado, são como corpos distantes a se redescobrirem e porque não dizer Madalena e seus opositores. Casais que vivem e não conversam; pais que não cuidam dos seus filhos, cidadãos que são indiferentes às dores dos menos favorecidos, que também são os mesmos, que não assumem as suas responsabilidades sociais, Estado omisso, políticos oportunistas, escolas e hospitais sucateados, sistema penitenciário falido, rodovias e portos sem estrutura, polícia ineficiente, servidores despreparados, eleitores que nem sabem dizer quem elegeram, analfabetos funcionais, Universidades desestruturadas, músicas cujo conteúdo são apologias ao crime, ao sexo e a droga, homens sem compromisso e que não prezam pela verdade, religiosos que desvirtuam os preceitos da essência de Deus, mulheres que lutam pela igualdade sob a tutela de sexo frágil. Não obstante aos estereótipos, que frequentam a nossa santa labuta do dia a dia, o peso de uma mídia a impor a sua opinião como a última palavra.
Em nosso tempo, desde que esse país se formou a escoria se apresenta em nossos teatros, distribuem pães e muito circo, como em Roma das leis, como em Atenas da Democracia, como muitos de nós, que nos escondemos sob a voz de uma consciência de liberdade, sem ao menos compreender, ou melhor, utilizar em nossas ações essa liberdade, adequada as necessidades. Vale expor, que se andarmos nas vias brasileira poucos são aqueles que obedecem as leis de trânsito, aqueles que respeitam os idosos, que cuidam da educação dos seus filhos e não transferem as escola a sua titularidade, que são solidários, que não jogam lixo nas ruas, que pedem a nota fiscal, que declaram adequadamente os seus impostos, que respeitam a instituição casamento, que cuidam da natureza, que cuidam dos animais, que não furam filas e tantos e tantos atos, que são pequenos, mas que ensejam na praticidade do mínimo que se quer pra ser um cidadão. O normal é nos apregoar ao fato de sermos por excelência imperfeitos, melhor traduzindo, nos colocarmos nessa condição, como subterfugio as nossas faltas, por uma série de prerrogativas inerentes ao nosso comodismo adjacente da cultura.
Na pele dos réus, quais nos escandalizamos, por seus atos nocivos, agora jogado na mídia pelo corpo eficiente de exemplos de servidores é fácil identificar os erros, os culpados e que devem ser necessariamente punidos. Mas será que só eles são os errados? A quem interessa essa punição?...
Perguntaram-me se eu estava em cima do muro, se estava defendendo esse ou aquele inimigo público. Mas antes de qualquer, qualquer, enquanto a guilhotina é aperfeiçoada, não quero ser o advogado do “diabo”, tão pouco fazer parte da fogueira dessa inquisição. Se fizermos uma reflexão, até tem gente que poderá dizer que não cabe o meu pronunciamento, que é absurdo, que sou de algum partido, porém há que se dizer que o ato de ir pra ruas não é isolado a esse descalabro, tem que ser muito bem compreendido para não sermos como sempre enganados, ou melhor, culpar sendo culpado. Mas apensando a ineficiência, as injustiças e a indignação, que vem ao longo dos anos fustigando o povo. E é fato também, que dentro desse prisma, o resumo da ópera é nossa responsabilidade, por durante anos não assumirmos a mesma postura na fiscalização desses senhores, de na maioria das vezes, usarmos da franquiada a politica de Pedro, quando negou Jesus, na hora “h”.
Até aqui, a única coisa, que posso discernir com certeza, respeitando as críticas construtivas sobre o meu ponto de vista, é que devemos está atento aos oportunistas e que os culpados sejam punidos de acordo com os rigores da lei.
Aliás, em última análise, essa, é bom que se diga foi cria dos criadores, que nós em nossos momentos de ignorância, de querer levar vantagem, de também sermos oportunistas, colocamos para legislar. Então não choremos se depois desse vendaval, eles se tornarem heróis nacionais, pois somos acostumados a rotular ladroes e prostitutas de senhores, doutores; celebridades de uma constelação nacional.