SONHANDO COM AS ESTRELAS
É impossível afirmar com toda certeza em que momento da evolução o homem pensou pela primeira vez. Impossível também, saber quando ele olhou para as estrelas, e imaginou-se viajando para visitá-las. Certeza é que os dois momentos aconteceram.
Júlio Verne tem feito pessoas viajarem a lua desde 1865. Viajei com ele quando eu tinha uns treze anos de idade. Depois fui cada vez mais longe em minhas viagens, com Isaac Asimov, Arthur Clarke e Carl Sagan. Três mestres e gênios da ficção científica.
No meu modo de entender o que difere Carl Sagan dos dois primeiros, é que sua ficção baseia-se em como o Universo funciona. Ele não precisa de naves espaciais para nos colocar frente a frente com galáxias distantes, ou buracos negros sugando tudo ao redor. Isso faz de “Cosmos” uma obra-prima.
Com a televisão, primeiro tive o privilégio de viajar com Flash Gordon. Depois a bordo da espaçonave Enterprise, mesmo como fã da série original não posso dizer que fui “onde nenhum homem jamais esteve”.
“Jornadas nas Estrelas” nos coloca diante de dois dilemas. O primeiro é a impossibilidade do teletransporte. O segundo é a perseguição pela “dobra espacial”, fonte de muitas pesquisas, que fariam nossas espaçonaves voarem a velocidades inimagináveis. As teorias atuais ainda levantam um muro para novas descobertas.
Antes de retornar a realidade, devo dizer que estive sim “onde nenhum homem jamais esteve”, mas não levado pela Enterprise. Fui levado até lá por Perry Rodhan. A bordo da espaçonave Stardust. Perry Rodhan é uma leitura que recomendo desde o primeiro ciclo.
Nas últimas duas décadas houve uma enxurrada de planetas descobertos fora do Sistema Solar. Alguns “possivelmente” habitáveis”. O que tem atiçado a Raça Humana querer imitar a ficção. Antes, deveríamos nos preocupar com todas as variáveis da equação do “possivelmente habitáveis”, e incluir mais uma. A nossa fragilidade.
A última descoberta foi uma explosão de comemorações. Temos um vizinho a apenas 4,2 anos luz de distância. Em termos astronômicos é ali na esquina. Depois de cálculos simples, descobrimos que a esquina está mais distante do que parece.
Nossa espaçonave real “Voyager 2” viaja a 57.860 km/h. Uma velocidade espantosa. Mesmo assim, demoraria 200 anos para percorrer um ano-luz. Ou, perto mil anos para chegar até o novo vizinho. Nossa tecnologia ainda é beliscada ao sonhar.
Não creio que conseguiremos sair daqui sozinhos. Muito da ficção hoje é realidade. Se não nos autodestruirmos antes, um dia poderemos receber a visita de vizinhos ou não, trazendo ajuda. Certamente não somos a única raça que sonha com as estrelas.