Bom mesmo

As possibilidades de encontrar coisas que podemos considerar como “boas”, enquanto adolescentes, beiram ao infinito, pelo menos se considerarmos o que conhecemos e projetarmos esses valores ao que nos é desconhecido. Porém, para que isso aconteça, devemos procurar e identificar aquilo que julgamos importante e, num insight, sobrepor às demais pela sua importância.

No entanto, ao crescermos, adquirimos o direito incondicional do livre arbítrio. É tudo o que o pós-adolescente quer da vida – poder decidir sobre questões de interesse próprio, mas que até então dependiam da autorização do pai ou da mãe; coisas muitas vezes banais, de resoluções simples, e mesmo assim, algumas vezes, (e no meu entender muitas) decididas contrárias à nossa vontade.

O fato de crescer, tornar-se adulto, naturalmente acrescenta a vida uma série de vantagens, como a liberdade, principalmente. Porém, junto, também vêm as responsabilidades com as quais teremos que conviver até o fim de nossos dias. São decisões diárias que poderão mudar rumos – nossos, e de outras pessoas. E aí, em nome da lei, em nome da dignidade, em nome do amor e de tantas outras coisas que, se por acaso não existem, criamos, tornamo-nos poderosos. Tomamos decisões que algumas vezes acabam magoando pessoas, interferindo em suas vidas.

Há também o lado bom nisso tudo. Isso ocorre e é sentido quando estamos felizes. Nesses momentos, sabemos que não só cumprimos com nosso dever fraterno, mas, sobretudo, que fomos honestos com nós mesmos e com o próximo - e mais, que o Universo conspirou.

Bom mesmo seria poder desabafar pra alguém que nos entendesse, que conhecesse a nossa vida; que resolvesse os nossos problemas sempre que quiséssemos.

Bom mesmo seria poder recorrer ao pai ou a mãe para pedir socorro nos momentos difíceis, ou com eles compartilhar os bons momentos. Como no tempo que tínhamos problemas monstruosos, (pareciam pelo menos) mas sabíamos que ao seu lado tudo se resolveria; que o mau resultado da prova acarretava apenas numa bronca passageira e não na perda do ano todo - porque havia muitos anos pela frente. E como essa pessoa precisaria ter autonomia, além de conhecimento sobre nossa vida, não poderia ser somente um profissional.

Portanto, que me desculpem os psicólogos, psiquiatras ou outros do gênero, mas isso continua sendo uma particularidade para pai e mãe.