Parlamento do Pica Pau - O Falatório - A Origem das Sereias

A Origem das Sereias

Esteve em discussão no Parlamento do Pica Pau o relatório elaborado pela comissão técnica do reino, referente à origem de tanta Sereia que tem dado à costa do Reino de Pica Pau.

A questão iniciou-se com o boato lançado pelo Deputado Três Palmos que informou que a população de Sereias do Reino é na proporção de 12 para cada habitante macho de Pica Pau, e sendo ele macho, não entendia como é que com uma média destas não dava para ele ter sequer uma. Isto é, há fraude na distribuição da população ou a conta está errada, ou o departamento de estatística deu mal os resultados.

Assim sendo e após apurados estudos do Agente 042, foi apresentado o relatório que se segue referente ao tema:

“ Estas criaturas mitológicas parte mulher e parte peixe são filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore. Habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisséia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos e amarrou-se ao mastro de seu navio.

A mais antiga referência ao "povo marinho" diz respeito ao Deus Oanes, humano até a cintura e peixe dali para baixo, que emergiu do mar da Eritréia para transmitir saber e cultura para a raça humana. Para os navegantes, avistar uma sereia era presságio de morte iminente, em geral na tempestade a seguir.

É invariavelmente descrita como uma criatura com a parte superior igual a de uma mulher, pele muito branca, bochechas róseas, cabelos longos, escuros e lustrosos e cauda como a de um imenso salmão, mas sem escamas.

Em inglês, a origem das palavras entidades marinhas (merfolk), sereias (mermaids) e tritões (mermen) está no vocabulário mere que significa mar em inglês arcaico. Porém seres com igual descrição foram nomeados como RI pelo povo da Nova Irlanda, uma província insular de Papua, Nova Guiné, mesma população, que descarta com convicção a hipótese de que sereias, tritões e RI fossem Dugongos ("vacas marinhas"), pois estes são velhos conhecidos na região.

O Dugongo, é da ordem dos Sirenia e da família Dugondidae. O dugongo é um mamífero terrestre que se adaptou à vida aquática. Acredita-se que tenha sido ele quem originou a lenda da sereia, um ser marinho metade peixe, metade mulher. Na verdade, o dugongo está longe de possuir a beleza das lendárias sereias, mas apresenta duas características semelhantes às da mulher: o peito e o modo como a fêmea segura o filhote durante a amamentação.

Aa plantas aquáticas de pequena profundidades são a única fonte de alimento do dugongo. Seu lábio superior, divide em duas partes, fecha-se como um alicate sobre o alimento. A mãe dugongo amamenta o filhote segurando-o junto ao peito com as nadadeiras, e mantendo a parte superior do corpo fora da água.

O dugongo pode atingir 3,20 metros de comprimento e pesar 300 kilos. Na cabeça, grande e arredondada, destaca-se o focinho largo e os lábios enormes. Os olhos são pequenos e não têm pálpebras; os membros anteriores não passam de curtos apêndices em forma de espátula destinados unicamente à natação.

Acredita-se que tenha sido ele quem originou a lenda da sereia, um ser marinho metade peixe, metade mulher. “

Depois do exposto, o Deputado Três Palmos pediu a palavra para informar que o relatório tem os pressupostos errados. O seu problema era de Sereias ( mulheres ) e não Sereias (peixes) pelo que impôs um voto de desconfiança ao relatório e exigiu apurado inquérito ao destino da sua quota parte de Sereias.

Foi esclarecedora a intervenção do Deputado Quatro Riscos, informando o Deputado Três Palmos, que não é um problema de estatística , mas sim de dedicação e esforço. Sereia tem de se ganhar, tem de se merecer, tem de se respeitar e querer.

Assinado e carimbado

O Escrivão Real

042 – O Quadrado da Hipotnusa

10/7/2007

Nenúfar
Enviado por Nenúfar em 21/07/2007
Código do texto: T573844
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