O Riacho Salgadinho Agoniza
O Riacho Salgadinho Agoniza
Elias Tavares Cordeiro*
Há anos, as margens do riacho Salgadinho, tinha uma vegetação rasteira, as águas eram limpas, e desciam com rajadas de vento suaves. Nas suas águas, crianças e adultos pescavam e tomavam banho ao longo do seu leito perene, suas águas borbulhavam oxigênio. Hoje está restrito, cercado de concreto, com suas águas sujas e escuras; sobre o seu leito corre microorganismos e lamas estagnadas. Não deram o tratamento que merecia, deixaram jorrar esgotos sanitários clandestinos a céu aberto; embalagens não biodegradáveis usadas e entulhos diversos são jogados ao longo do seu percurso.
Não tem como esconder de ninguém, O Riacho Salgadinho desemboca na praia da Avenida, no Centro de Maceió, agoniza, soluça desespero e serve muito bem para aqueles que locupletam-se no poder; utilizam-no como escada para se eleger, é o primeiro da lista das promessas, nos palanques dos comícios e mal elegem-se, declinam das suas intrusas impertinências, estabelecendo uma cadeia reprodutora de transgressões; o tempo passa e nada é feito, outras eleições se sucedem e as promessas se renovam e se reproduzem, é uma lástima. As vezes tentam tratá-lo como se fosse um doente incurável, inútil, e lhe dão tratamentos simplesmente paliativos, como se fosse um doente condenado a morte, no entanto esse tratamento é inócuo, não trás nenhum benefício ao suplicante.
É necessário que a sociedade faça um estudo detalhado de todos os males a que o Riacho Salgadinho foi acometido, num laboratório competente, bem criterioso para termos um verdadeiro diagnóstico desse mal.
Porém já sabemos qual o medicamento a ser aplicado; pelo conhecimento que temos do ontem e do hoje; esse remédio é “o seu voto consciente” para não eleger políticos deformados, cujos miasmas vão destruindo as últimas reservas de vitalidade das Instituições do nosso país.
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(*) É advogado