EU QUERO GREVE? NEM PENSAR...
Artigo de:
Flávio Cavalcante
 
     É próprio do ser humano, o primeiro eu e depois de mim, sou eu. De querer se dar bem em tudo. Em tempos de outrora aqui no brasil a mão de obra escrava era substituída pela europeia e vinha de vários países como Itália, Espanha e Portugal. Era difícil mudar o pensamento dos senhores donos de tudo e que não davam condições aos trabalhadores braçais. Os salários eram muitos baixos. A carga horária de trabalhos era de 12 a 15 horas por dia, sem direito ao descanso nos finais de semana e feriados. Não tinham contratos de trabalho e as demissões aconteciam verbalmente e a qualquer momento. 
 
     Trabalhadores enfermos os patrões não se responsabilizavam, mesmo que a enfermidade fosse por acidente de trabalho. Eram ameaçados, recebiam castigos e multas. Pagavam aluguéis e moravam em cortiços sem direitos ao básico; água, luz e esgoto. Esses casebres sempre ficavam perto das fábricas. Insatisfeitos com a política dos patrões e do governo, os trabalhadores avançaram em uma organização e realizaram entre 15 e 20 de abril de 1906, no Rio de Janeiro, o I Congresso Operário Brasileiro. Participaram 43 delegados, representando 28 sindicatos segundo a revista Opinião socialista. 
 
     Na atualidade, o movimento das olimpíadas no país, instigou os movimentos e as greves continuaram em vários Estados e as reivindicações não são muito diferentes como no passado.
 
     Não tenha dúvida que se o Brasil não tivesse passando por tantos problemas de ordens básicas, seria umas das maravilhas do mundo expor aos quatro cantos esse evento tão importante que são as olimpíadas com o aval dos cidadãos orgulhosos de ter um Brasil que de fato veste a camisa do filho deste solo. É certo que o direito de greve é garantido pela constituição federal do país através do artigo 9°. É um direito social de todo e qualquer trabalhador. Os interesses são defendidos pelo movimento, devendo ser exercida em sua plenitude, sem punições ou restrições, numa coerência, claro.
 
          Aqui na cidade de Maceió presenciei um evento que contradiz o que é de fato o significado desse movimento. Muitos participantes com copinhos de cerveja acompanhando um carro de som com música agitada, bandeiras, muitas gargalhadas e vandalismos. Um absurdo no meu ponto de vista. Ouvi depoimentos de pessoas contra aquela situação e por ir de encontro às opiniões contrárias dos manifestantes agitadores, quase receberam represálias.
 
     Em meio à uma entrevista com uma dona de casa, delatou-me um fato de que em uma outra ocasião, o seu filho perdeu o emprego depois de se envolver numa greve onde ele recebeu ameaças e foi oprimido pelos colegas de trabalho por não querer compartilhar com aquele movimento; pois sabia ele, o quanto precisava daquele emprego para o sustento da sua família.
 
     No meu olhar crítico nesses movimentos, claro, que todo cidadão tem sim, que buscar o que é seu de direito; mas, sabendo respeitar que o seu direito começa quando o do próximo termina e assim sucessivamente. Porém, é direito do outro aceitar ou não um movimento que por causa de alguns agitadores irresponsáveis venham canalizar toda culpa em cima de apenas alguns que não compartilham com um evento que está claro que em certos casos isolados se trata exclusivamente de um divertimento acompanhado de agitação e baderna. 

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 18/08/2016
Código do texto: T5731858
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.