FERIDA NARCISISTA.

"Das cinzas do sonho libertário de uma sociedade surgem o homem narcisista de nosso tempo. O narcisista se caracteriza pela superficialidade emocional, medo da intimidade, hipocrisia, promiscuidade sexual, horror a velhice e a morte. É descrente quanto a possibilidade de transformar o futuro, despreza o passado e vive para o momento perdendo o sentido de continuidade da história." (Psicanalista Wanderlei Alexandre A. Ribeiro. Narcisismo Contemporâneo uma Abordagem Lazchiana. p. 5").

"Os traços do Narciso secundário são pessoas que aparecem com alguma forma de agir como explosões a ira e agressividade, depressivo, com síndrome do pânico, e muitas outras situações decorrentes de uma frustração narcisista. Assim aborda pessoas com um traço do Narcisismo terciário, as vezes não consegue sentir frustração, mais quando isso acontece, matam, destroem. O distúrbio na personalidade do narcisista consiste na ausência de sentimento, quando um desses tem sua vaidade ofendida, reagem com frieza, sadismo e agressividade. Não tolera a ideia do fracasso, as vezes se enfurece como um louco ou se deprime por não poder alcançar o ideal. Está baseada no medo do fracasso do que na própria recompensa que irá obter por lutar e vencer. Frustrado deixa como marca emocional a ferida narcisista." (Poder, fama e ferida narcisista. José Henrique Volpi)

“em uma sociedade que conduz à regressão social, a defesa pessoal, além de manifestar-se na domesticação do corpo e da psique, materializa-se na negação da afetividade e do desejo humano. As possibilidades de amar e de constituir vínculo duradouro de amizade e cooperação é assim reduzida. Defender-se por meio do distanciamento afetivo e da indiferença torna-se mais provável de se suceder ao encontro com outro ser humano do que o interesse curioso mútuo, a aproximação e o vínculo. A frieza afetiva torna-se uma estratégia de sobrevivência. Pela falta de referência cultural que valida a experiência com o outro, o homem contemporâneo passa a sustentar sua experiência subjetiva e identidade apenas em si mesmo. Temos a partir daí, portanto, um mundo onde o encontro amoroso tende a fracassar e onde a experiência intersubjetiva é devera empobrecida. Em decorrência disso, o homem fica mais solitário e vulnerável, muito mais facilmente manipulável pela indústria cultural e pelo ideal do consumo que ela veicula.

o homem moderno sofreu um deslocamento da primazia do sentimento, pensamento para a sensação, corporeidade e, assim, a identidade em nossa época se sustenta mais pela imagem do que pela reflexão, mais pelo consumo do que pelo cultivo é colocado no papel de mero espectador do espetáculo do eu ou é tratado como uma mercadoria a ser consumida para benefício próprio.

Jocélio Sales. 17/12/2015.

JOCÉLIO SALES
Enviado por JOCÉLIO SALES em 17/08/2016
Reeditado em 17/08/2016
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