Colégio Visconde de Taunay (1934)

 
     O Colégio Visconde de Taunay foi um estabelecimento de ensino primário e secundário de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, criado em 1932, sob a direção do professor e contador Enzo Ciantelli. Nos meados da mesma década, alcançou sucesso ao ser anunciado como um dos maiores colégios do sul do Estado, com mais de 600 alunos matriculados. Destacou-se no plano cultural por incentivar a criação de um jornal intitulado Vida Estudantil, que se anunciava como órgão dos estudantes de Campo Grandes.

      Diferentemente do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, destinado à instrução de meninas, e do Ginásio Municipal Dom Bosco, destinado à instrução de meninos, ambos também de Campo Grande, o Visconde de Taunay foi criado como instituição que acreditava na educação mista, quando meninas e meninos estudavam na mesma sala.

     O referido colégio oferecia os cursos: primário, admissão, comercial e o jardim da infância para crianças de 4 a 6 anos. Seus alunos também tinham a opção de fazer o curso para obter a carteira de reservista militar, que naquela época funcionava em colégios civis, com instruções ministradas por um militar do Exército. São informações publicadas num anúncio da edição de 21 de abril de 1934 do Jornal do Comércio, de Campo Grande.

     O antigo curso primário correspondia aos atuais anos iniciais do Ensino Fundamental, chamando atenção o fato de o Visconde de Taunay oferecer um curso primário diurno e outro noturno, sendo esse último destinado a adultos. O então chamado Curso Técnico Comercial se proponha formar, em dois anos, no período noturno ou diurno, auxiliares de comércio e o curso de admissão tinha o objetivo de preparar para o exame exigido para o ingresso no curso ginasial, equivalente aos atuais anos finais do Ensino Fundamental.

     Outro aspecto relevante consiste em observar que o diretor divulgava tratar-se de uma “Escola Ativa”, no momento em que o educador Anísio Teixeira exercia o cargo de diretor da Instrução Pública do Distrito Federal, empenhado em superar o atraso histórico da educação, no país, quer seja no aspecto qualitativo e quantitativo, possivelmente, por esse motivo a referida escola funcionava sob o regime de inspeção federal, contando com quase quatro centenas de alunos no ano de 1934.

     No ano seguinte, a Escola Ativa estava autorizada pelo Estado a oferecer os cursos de admissão, primário e jardim da infância; e que o Ginásio Osvaldo Cruz estava funcionando sob a inspeção federal e que havia formado duas turmas de bacharéis que também no “Curso Comercial Carlos de Carvalho”, funcionando sob inspeção federal, os cursos: Propedêutico, Auxiliar de Comércio e Peritos Contadores. Na continuidade, o professor Enzo Ciantelli passou a dirigir o Colégio Osvaldo Cruz, ao qual foi incorporado o Visconde de Taunay.