Pirações?
Volta que o mundo dá: nas Olimpíadas de Atenas, o brasileiro Vanderley liderava a maratona já nos quilômetros finais e tudo levava a crer que seria ouro que iria, ao cabo, receber. E o atletismo do Brasil engrandecer.
E qual não foi o desapontamento quando um maluco adentrou a pista e, sem a menor cerimônia agarrou nosso corredor para a estupefação de tantos que torciam para sua vitória.
Mais surpreendentemente triste talvez tenha sido o fato que não houvesse nenhum fiscal ou popular, mesmo para dar um basta naquela insanidade. E o maluco, identificado depois como um ex-padre irlandês, continuou firme na conversão forçada, até que Vanderley pudesse escapar de suas garras.
E, abalado, Vanderley chegou ao final da corrida em terceiro lugar. O ouro virara bronze. Mas o injustiçado herói nacional teve seu reconhecimento
ainda que tardio: livre do pirado que só lhe provocara ira, subiu honrado para acender a pira.