UAU: CONQUISTEI O QUE EU DESEJAVA. MAS, E AGORA???

“Passei na USP. Melhor, acabei de terminar o meu mestrado nos EUA. Meu grande sonho foi realizado depois que comprei o meu carro importado. Ou: Casei! Era tudo que eu sonhava um dia.” A maioria das pessoas (ou grande parte delas) possuem sonhos e objetivos que desejam um dia alcançar. Desde um simples sonho até aqueles mais utópicos, todos nós sonhamos conquistar. Sonhar faz bem. Quem não sonha morre. E quando eles são realizados aí que a sensação fica melhor ainda. Mas, é aí que se encontra o grande dilema, ou seja, “quando os sonhos são realizados”. Imagine uma pessoa que passou na USP, terminou o mestrado, comprou o carro importado e casou-se com o “príncipe” (a) encantado? Quanto tempo será que ficará deslumbrado? Um dia? Dois meses? Um ano? Qual o tempo de êxtase da alma? Difícil mensurar. Há uma frase de Oscar Wilde (não tenho certeza de que seja dele), e, é nela que se baseia esta minha reflexão, que diz que no mundo há duas tragédias: “Uma é não se conseguir o que se deseja”. “A outra é conseguir” A primeira não é difícil de entendermos. Desejo algo e não consigo este algo. Quantas pessoas desejam e sabem que dificilmente irão conseguir? Inúmeras. Já a segunda é que é estranha (ou paradoxal), pois querendo conquistar alguma coisa e conquistando, por que então teria que ser uma tragédia? Por causa da nossa insaciabilidade humana, creio seja isso que o autor queria dizer. Queremos hoje, conquistamos amanhã e depois já queremos outra coisa, vivendo assim em um círculo interminável de desejos. E isso é normal. Nós, seres humanos estamos sempre em busca de coisas novas. O grande perigo disso tudo é que quando projetamos em nossos sonhos algo como sendo um fim último em si mesmo, e assim dizemos: “Ah, quando eu conquistar X, casar-me com Y, ou morar em W, serei feliz”, poderemos perceber que a conquista de X, o casamento com Y e a mudança para W, não nos tornaram nem um pouco felizes. Por quê? Porque baseamos tais realizações em algo final. Podendo perceber assim que a felicidade não esta só no que se conquista, mas principalmente em como se caminha para se conquistar. Finalizando, minha dica é: (ainda que bem rasa) Aproveite cada momento que a vida dá. Então, ao invés de eu ficar ansioso para terminar logo a faculdade ou concluir o mestrado, por que não aproveito os quatro, cinco ou mais anos de curso aprimorando amizades, conhecimentos e etc.? Por que não aproveito melhor o noivado para conhecer bem o meu futuro esposo (a), para não casar e depois de casado perceber que ele ou ela não era o que se esperava? Enfim, não existe felicidade baseada apenas nos fins. A felicidade é mais bem apreciada nos caminhos que se chega até eles....