CONSTRUINDO A UTOPIA

Segundo o “Novo Dicionário Aurélio” (que de novo só tem o nome)da preclara Redação deste jornal, a Utopia é “um país imaginário, criação de Thomas Morus, escritor inglês (1480-1535), onde um governo, organizado da melhor maneira, proporciona ótimas condições de vida a um povo equilibrado e feliz”.

Nos países industrializados, a prosperidade — e, por conseqüência, a felicidade de seus cidadãos — é medida pela balança comercial favorável. De acordo com esse raciocínio, apenas o fluxo de dinheiro envolvido no processo exportação/importação pode garantir a ordem, o progresso e a tranqüilidade nacionais.

Por outro lado, existe o Butão. Não, não é o Butão de “Consertei o butão da tua camisa, seu inútil”. O Butão (também conhecido pela gente fidalga da Liberdade como Cudumundistão) é um pequeno e fechado reino localizado no Himalaia, posicionado entre a China, a norte, e a Índia, a leste, sul e oeste. Seu território pertence ao gênero “duas ruas e um cachorro”. Tem até primeiro-ministro! Mas é o país que mais se aproxima do conceito de Utopia apresentado no primeiro parágrafo.

Isto porque o líder do Butão, o rei Jigme Singye Wangchuck, simplesmente determinou que a prosperidade fosse dividida por toda a sociedade e equilibrada com a preservação das tradições culturais, preservação do ambiente e manutenção de um governo positivo. Com estas medidas, Singye procura demonstrar que, em seu reino, a felicidade dos súditos pode ser obtida graças ao perfeito equilíbrio dos interesses individuais e os coletivos.

O que facilmente conduz à seguinte pergunta: o mundo ocidental alguma vez já esteve pelo menos perto de começar a construir a Utopia?

DANIEL MENDES
Enviado por DANIEL MENDES em 05/10/2005
Código do texto: T57012