OUTRO PARADIGMA NA MÍDIA

Na transição do século XX para o século XXI houve muitas rupturas em quase todas as áreas da esfera social. E com o advento da Internet possibilitou o avanço de muitas mudanças. E o jornal terá daqui algumas décadas, segundo alguns experientes jornalistas aposentados, o seu arrefecer irreversível – sem colocar água na fervura.

Os fatos históricos que modificaram a mídia radicalmente não fizeram

com que um órgão deixasse de circular, e isso coube à responsabilidade a Gutenberg com sua imprensa que muitos passaram a imprimir à Bíblia: que malogrou ou o monopólio da Igreja que mantinha a comunicação religiosa em todos os cantos do mundo sobre seus fiéis. O livro impresso permanecerá.

A televisão quer substituir o rádio e o livro virtual quer substituir o livro impresso. Há admiradores do rádio e do livro impresso e são ouvintes e leitores leais – com visões críticas relevantes. E, portanto, o grande jornal de circulação de massa e sua imensa tiragem já estão sendo substituído pelo micro jornal – com o menor número de tiragem –, este pelas informações nos sites e blogs disponíveis na NET...

A maior preocupação se depara com o leitor consumidor que perde sua capacidade de síntese e assimilação dos fatos, porque o hábito de leitura na formação fundamental, para formar o novo leitor do futuro, sofre queda tão proporcional como à diminuição da tiragem de um grande jornal impresso. Nesse caso há uma ausência descomunal de educação de qualidade não só nos países do terceiro mundo como nas nações desenvolvidas.

Haverá espaço para todos como está no histórico da mídia, a partir do momento em que há trabalhos que passam credibilidade, qualidade e verdade. O maior paradigma dos governos será fomentar políticas públicas com o objetivo de aumentar o número de leitores vorazes e absorvedores de conhecimentos.

O que vale é o conhecimento real e, por fim, transformar os consumidores em cidadãos histórico-culturais pelo mundo afora – tarefa difícil –por parte dos governos. Desde modo, a comunidade assimilará um maior equilíbrio nas relações de solidariedade, e terá como conseqüência a harmonia entre a mídia e o boom da informação – que deverá sofrer outro fato paradigmático – que perpetuará em seu espaço democrático. O livro, o rádio, a televisão, o jornal impresso continuaram...

Neste amálgama, os meios de comunicações como camadas históricas pertinentes, terá o seu papel fundamental na proliferação das notícias que circulam cada vez mais velozes como um redemoinho – faz lembrar o livro de João Guimarães Rosa: Grande Sertão: Veredas –, que é um turbilhão de imagens e sons verbais “o diabo na rua no meio do redemunho”. Este escritor fez a revolução na literatura na América Latina. Este livro chegará ao juízo final segundo o próprio escritor de Cordisburgo que dizia, em carta, ao seu tradutor alemão Curt Meyer-Clason.

Qual será o novo paradigma dos meios de comunicação nesse processo urgente de mudança e a sua relação com os novos agentes culturais que produzem à mídia, complexos, a sua dubiedade entre os leitores; cada vez mais parcos, que se completam a notícia veloz?

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Autor do romance lírico infanto-juvenil Um Carro de Bois que Transportava Logos e de coletâneas como: Rio das Velhas em Verso e Prosa (Prêmio Projeto Manuelzão/UFMG/Morro da Garça/2006); Letras Mínimas (Ed.Guemanisse/2007); Elos e Anelos – Menção Honrosa (Teresópolis/2008).

Newton Emediato Filho
Enviado por Newton Emediato Filho em 17/07/2007
Reeditado em 07/11/2008
Código do texto: T568284
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