A IDEOLOGIA DA PROPINA
A União Europeia foi sacudida com o resultado do plebiscito do Reino Unido. Os súditos da rainha que nunca quiseram se desfazer da Libra esterlina, disseram sim a saída do bloco. Embora alguns países que compõe o reino como a Escócia, tenha o desejo de permanecer.
Além do resultado, a diferença entre o sim e o não assustou os governantes da região do Euro. Quatro pontos percentuais é muita coisa. Até as pesquisas estavam erradas. O que deveria nos levar de volta aos dicionários, para relembrar um os significados da palavra “pesquisa”. Todos querem, mas ela não pode ser exata.
Agora entram em cena as apostas. Dos políticos aos economistas, passando pelos intelectuais, todos têm a sua opinião do que acontecerá daqui a dois anos. Se houvesse bolas de cristal para vender no mercado, apesar o preço inflacionado o estoque já estaria zerado.
Diante de tantas incertezas, a vitória do sim deixou uma certeza. Um sonoro não ao projeto de governo dos países da União Europeia em relação aos imigrantes. Os ingleses não fizerem nenhuma questão de disfarçar a hipocrisia do racismo. Não gostam de vizinhos estranhos. Mesmo estando a quilômetros de distância do problema.
Outras nuances já possíveis de se observar, deveriam servir de exemplos para o Brasil. Ao renunciar, o primeiro ministro David Cameron, nos deu uma aula do que é Parlamentarismo. E um exemplo de desapego ao poder.
Na ideologia política da União Europeia existem duas correntes claras. A direita vista como um perigo, e a esquerda. Eles sabem que não são imunes a projetos de poder. E conhecendo a História do que isto significa, tentam extirpá-lo quando aparece. No momento, o terrorismo que já está no seu quintal é o maior temor.
Desde a redemocratização, o Brasil nunca teve projetos de governos. Talvez, nunca na nossa História deste país tivemos. Só conhecemos projetos de poder. Somos campeões de siglas partidárias, e de políticos ideologicamente analfabetos.
Nossos projetos de poder só conhecem a ideologia da propina. Nossa “saga da corrupção” pós-ditadura pode ser escrita em três capítulos distintos. Collor de Mello deu início ao Jardim de infância. Fernando Henrique Cardoso chegou ao ensino médio. Lula decidiu que era hora de criar a universidade. E todos se formaram com “louvor”.
Os políticos brasileiros desconhecem do desapego ao poder. Se for preciso matam um leão por dia para mantê-lo. Não temos uma direita nem uma esquerda. Nosso confronto ideológico é pela chefia da indústria do enriquecimento ilícito. Ele tem o poder da distribuição. Geralmente na proporção de “três pra mim, um pra você”.