O NARCISISMO NOSSO DE CADA DIA NOS DAÍ HOJE.

Segundo a mitologia grega, Narciso foi um jovem belo, bonito e formoso que ignorava tudo a seu redor adorando-se a si mesmo numa espécie de centro do universo. Pejorativamente, em nossos dias, quando queremos falar de alguma pessoa que vive para si, se achando a “ultima bolacha” do pacote existencial, costumamos defini-las como sendo narcisistas em referencia ao jovem da referida mitologia grega. Para a psicanalise um tanto de amor a si mesmo faz-se necessário, pois se não nos amarmos (palavras minhas), dificilmente amaremos alguém também. Isso é importante para a nossa própria existência e autoestima, ou seja, a valorização de si. No entanto, como muita coisa na vida, há sempre os exageros. O que vemos nos dias atuais somados ao advento das redes sociais é um verdadeiro endeusamento do ser humano. Em nome de um superlativo amor próprio, muitos exageram naquilo que na maioria das vezes não são e provavelmente nunca serão. É uma foto “feliz” aqui, outra viajando e sorridente ali, e isso aos poucos e sem percebermos vamos minando o nosso senso de realidade que na maioria das vezes não são esses apresentados nas redes sociais. Momentos especiais como viagens, conquistas profissionais, crescimento dos filhos e romances, coisas essas que deveriam ser partilhados apenas com aqueles que realmente estão próximos a nós (pais, irmãos, determinados amigos e parentes), são expostos a todos e a todo o momento sem nenhum filtro, como se alma estivesse gritando: “Ei, eu existo, estou aqui, me vejam”, e etc., parecendo ter que provar o tempo todo que venceram na vida, conquistaram bens materiais, ficaram bonitas (os), fortes e esbeltos. A célebre frase de Descartes que dizia: “Penso, logo existo”, contemporaneamente foi substituída por: “compro, tenho, sou e posto, por isso, logo existo”. Uma foto compartilhada e não curtida ou com poucos comentários deixa muita gente mal humorada durante o dia. Esta é a triste realidade que cerca os nossos dias. Enfim, aonde tudo isso irá parar ninguém pode afirmar. Mas, uma coisa eu acredito: Nós jamais seremos pessoas plenamente realizadas, adultas e maduras, enquanto precisarmos o tempo todo aparecer ou tentar ser aquilo que Deus jamais desejou que fossemos, ou seja: tudo menos nós mesmos...

Danilo D
Enviado por Danilo D em 19/06/2016
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