O Povo Brasileiro
A tanto tempo subjugado, vivendo do refugo e das migalhas de homens, de estrangeiros e brasileiros, em transito no poder, que o povo, o verdadeiro senhor de toda essa terra, não enxergava, quão nocivo, foram os portugueses, os imperadores, os senhores, os coronéis, os presidentes, os governadores, prefeitos e seus conchavos na história que se tem como história. Nessa hora que o presente nos desanima, diante de tanta sangria e vergonha, no horizonte se pode ver a única saída agora.
Tantos foram os anos de farra, com tanta riqueza, poucos se tornaram riquíssimos, ganhadores da loteria, e muitos sem saber a origem de tudo, pedindo pelas ruas ou trabalhando miseravelmente, sol a sol, pra ter um pedaço de pão. O nosso país é realmente um contraste, é muita desordem e desprogresso, é tanta miséria nos morros, nas periferias, nas palafitas a margem ou sobre os rios, hoje nos lixões das cidades, que a identidade da corrupção perdeu o sentido de ilicitude, de vergonha, de falta de escrúpulo e de caráter.
No anseio de ascensão, famílias inteiras, que se dizem cristãs, como parasitas rezam orações, pra se manter no poder ou pra se igualar aos que tem riquezas. Não obstante, os filhos entrarem pelas janelas dos concursos, terem facilidades para conseguir um contrato, entrarem na politica, porque se convencionou, politica como dinheiro fácil, sem muito esforço; assim como hoje nas periferias, as crianças veem no ser traficante, a alma do negócio.
O problema emana das tantas variáveis. Nosso país é rico, porém o povo pensa pobre. Enquanto os governantes pensam em elevar o país a patamares gritantes de importância lá fora, sem ser de fato importante, apenas pra elevar o seu ego ou enganar o povo. Em sua terra, há cidadãos assentados num banco da praça ou andando de ônibus, antes de ser vitimado por um assalto assistir calado, nossas crianças assaltando e matando, pré adolescentes grávidas, meninos e meninas em idade escolar usando e vendendo drogas, se prostituindo nas esquinas, velhos sendo desrespeitados, trabalhadores sem teto e desempregados, famílias inteiras revirando o lixo e o que é pior, não se tem atendimento hospitalar, não se tem segurança e nessa ignorância, ouvindo musica sem sentido, ou assistindo programas inúteis na tv, para passar o tempo esperando pra votar na próxima eleição por um favor qualquer, pra ficar coo se quer, como se esses candidatos fossem os salvadores da pátria.
Enquanto pensam ainda como coronéis, em liberar a maconha, em incentivar o povoamento no norte, em reaquecer a economia, em tirar A e colocar B no poder, poderiam se preocupar só em organizar a casa. Prendendo os corruptos e os obrigando a devolver tudo o que se apossaram, fazer as reformas Politica, Tributária, Previdenciária; rever mordomias Judiciária, Executiva e Legislativa, rever a dívida pública, controlar os gastos, nivelar salários, chamar os empresários para serem empresários e não mais contadores de lucros escabrosos. Promover quem de direito, valorizar os professores, analisar bem as categorias, procurar dar uma identidade de responsabilidade de austeridade, para que o país respirasse ares de mudanças, ainda ficam nessa dança com lobos.
Embora saibamos que o carro chefe de toda essa mudança é o compreender do povo, de que a salvação de qualquer país digno, com toda a certeza não está e nem deve ficar nas mãos dos políticos, mas sim nas mãos do próprio povo, que é o verdadeiro titular dessa cadeira. Valendo também acrescentar, que a grandeza de uma nação não está sobre o que possui de bens materiais, mas na sabedoria de como equacionar, essa produção, para que não falte, para que não fique custoso demais pra quem realmente precisa. Por isso também, vale a pena buscar conhecimento, ser coerente e humilde, vale a pena lutar sempre pela ordem, pela afinidade das idéias, no sentido de que juntos, ou seja, para termos um pais de todos, expurgarmos de vez essa desigualdade. E ai, faz jus uma nova educação, pois que ela, evidência a linguagem adequada pra lidar com as diferenças e nos fazer compreende a ideia de uma nova consciência, pra melhor entender, que não somos coitados, mas sim responsáveis. Precisamos só assumir os nossos papeis sociais, para que esse triste quadro politico não volte a nos fazer refém dessa violência urbana, que pensamos já estarmos acostumados.