O JOGO DE CENA
A maioria dos brasileiros já sabia. A diferença, é que a verdade tornou-se explicita. Nossa classe política chafurda também, em outro tipo de lama. Quando estão chafurdando escondidos, botam da boca para fora o que realmente pensam e apoiam.
Esse jogo de cena desprezível é muito pior do que, o sempre presente “prometer e não cumprir”. A divulgação dos áudios pela mídia, revelou a essência asquerosa que a nossa democracia permitiu florescer. Bandos de ratazanas teoricamente inimigas, se unindo para salvar-se da limpeza numa lava jato.
E fiquei matutando sobre a declaração de Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele disse: “Não há força humana que barre a Operação Lava Jato”. Será que o ex-ministro teria coragem de substituir “força humana” por “força política?
Creio que Ayres Britto esqueceu o contexto da História na sua frase. É sabido que na evolução da raça, a força humana sempre foi dominada pela força política. A própria História do Brasil, está carregada de exemplos.
Nossa classe política acostumou-se a conviver com o status de “intocável”. Para quem ainda não havia percebido, um desconhecido Sérgio Machado tratou de mostrar toda a sujeira escondida por detrás desse status.
Sabe-se agora de duas coisas. A primeira, o apoio político a Operação Lava Jato nunca passou da página dois. A segunda, existe uma paranoia geral dos corruptos de que a qualquer instante, ela possa bater palmas no portão de casa.
Na divulgação das conversas gravadas, percebe-se claramente o embrião de um grande acordo para barrar a Operação Lava Lato. Nossa classe política ainda vive na idade das trevas, com alguns espécimes raros da era de dinossauros.
Refiro-me especificamente a José Sarney, que pasmem, ainda conseguiu emplacar a sua “imortalidade” na Academia Brasileira de Letras. E viva a nossa cultura!
A bruxa da vez, é a Operação Lava Jato. É fato. Para que ela queime na fogueira, não haverá qualquer tipo de julgamento. Meu temor é de que ainda nos farão engolir a corrupção como uma “ideia que deu certo”. Uma cultura que chegou para ficar.
A “sociedade dos corruptos” está mais que consolidada no Brasil. Seus membros se protegem mutuamente. O corporativismo é a marca registrada das conversas gravadas.
De onde partiu a ideia da salvação geral é uma incógnita. Ela existe e as engrenagens foram postas para funcionar. Com o aval de todos os poderes da nação. Excetuando-se claro, a sociedade. Justamente o seu empregador. Para quem devem explicações.