E AGORA PERRÉ?
Artigo de:
Flávio Cavalcante
Artigo de:
Flávio Cavalcante
O palco foi iluminado e as cortinas se abriram em uma interpretação única e impecável do ator Val Perré na peça “O CORTIÇO” de minha autoria. Lembro-me perfeitamente do dia que eu pus os olhos no trabalho dessa fera da interpretação. O salão do teatro do Curupaiti estava lotado para a audição da peça “O CORTIÇO”. As dificuldades da montagem não bateu desânimo em nenhum momento e através do profissionalismo do elenco e equipe técnica, fez fluir no palco uma harmonia perfeita, concluindo tudo que eu sempre falei nas oficinas. Ator que usa bem o palco do teatro é de fato um excelente ator de televisão. Não posso dizer a mesma coisa em uma situação contrária; claro que há exceções. Televisão é igual a uma vitamina batida no liquidificador. Não ficou legal faz de novo até ficar no ponto que se deseja. No teatro ator tem o corpo a corpo entre o palco e plateia por isso se torna uma tarefa mais complicada.
A carreira de Val na televisão iniciou com pequenos papeis em folhetins como elenco de apoio e em horário nobre. A experiência de dominar o palco de teatro fê-lo explodir na televisão abraçando toda a oportunidade que lhe deram e devido á garra, o sucesso foi numa crescente até a oportunidade de fazer uma personagem ainda numa participação pequena mas de destaque que foi a personagem Cristóvão Rocha no folhetim Babilônia escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, onde na trama sempre acontece a marca registrada do autor. Um assassinado misterioso e toda espinha dorsal engloba quem matou a personagem, como QUEM MATOU ODETE ROITMAN? Interpretaço pela atriz Beatriz Segall no folhetim Vale Tudo do mesmo autor e em Babilônia Val Perré foi presenteado com a personagem pivô. Val Perré notoriamente mostrou sua experiência do teatro e muito bem aproveitado. A partir daí, sob olhares de produtores de elenco já o escalava para a próxima novela das seis de Elizabeth Jhin, no folhetim “Além do tempo”, onde ele ganhou no mesmo ano mais um presente que foi a personagem o escravo alforriado Raul. Firmou sua marca nessa personagem e ganhou contudo o reconhecimento do seu trabalho no país.
Brilhou no palco e na televisão com garra e talento. Se destacou brilhantemente nas personagens oferecidos. Logo após a novela, enveredou para o teatro numa curta temporada em uma releitura do filme “OS INTOCÁVEIS” de Eric Toledano e Olivie. Primeira adaptação teatral do reconhecido filme francês, com direção geral de Iacov Hillel, adaptação de José Rubens Siqueira, direção de produção por Marcella Guttmann e elenco composto por Marcello Airoldi, Val Perré, Eliana Guttman, Bruna Miglioranza, Carolina Parra, Ricardo Ripa e Fernando Oliveira.
E a pergunta que não quer calar! E agora Perré?
Esperamos que o brilhante José Valdo de Oliveira Teixeira, mais conhecido como Val Perré, natural de Santo Amaro, Bahia, volte logo às telas e que não seja mais um produto à ser esquecido pela mídia e descartado como muitos talentos obrigados a mergulharem no sistema da terceirização buscando oportunidades em outras emissoras pedindo a Deus que não passe muito tempo fora das telas; pois, o telespectador é um excelente crítico para levantar ou derrubar o ator e tem memória curta com a gama de folhetins oferecidos diariamente pelas emissoras do país.