A VOLTA DO HOMEM DE OURO
 Artigo de:
Flávio Cavalcante


 
     Como assim? O homem mal chegou depois de tanto tempo afastado e já mudaram até o título do seu novo folhetim? Será que a globo teve medo de apostar nas suas ideias depois de tanto fracasso de audiência que vem acontecendo ultimamente?
 
     Os folhetins da emissora ultimamente tem dado o que falar na crítica. As concorrentes estão vindo com toda carga com obras aprazíveis e inteligentes afim de derrubar com maestria a poderosa. Eles estão acordando para a realidade e arregaçando as mangas atendendo as lamúrias dos telespectadores, estes, que estão cada vez mais exigentes quando se trata de telenovelas. Acabou-se aquela época em que o cidadão chegava em casa cansado, sentava no sofá e ficava a mercê de uma única opção. Tá ruim com ela, fica com ela. Era assim mesmo há pouco tempo atrás. Os tempos mudaram e a opção de enveredar para outros canais é imensa e a qualidade dos folhetins para prender o telespectador ainda é bastante ruim, logicamente que pra toda regra tem a sua exceção.
 
     Não adianta por chifre na cabeça de cavalo. A globo tem que apostar nas novelas regionais. Essas já provaram ter aceitação da massa e o índice de ibope tem elevado a cada dia. Walcyr Carrasco tem batido um bolaço de audiência com Êta mundo bom!. Para mim foi até uma grande surpresa saber que o velho Chico tem caído bastante no ibope.
 
     Agora chegou a vez do homem de ouro Walther Negrão pelas belas tramas que acompanhei nos mais diversos horários da rede globo.  A sua volta para substituir Walcyr e no meu ponto de vista é de uma responsabilidade homérica e já me deixa com uma certa preocupação com o enredo do novo folhetim. O primeiro título reprovado pela emissora era “Sol nascente” e foi trocado por Arigatô Amore Mio. A Trama é levada para o lado praiano como flor do caribe. No folhetim também escrito por Júlio Fischer os autores embarcam na trama retratando a colônia Japonesa  e Italiana. Há quem diga que o Walther é autor de novelas regionais, mas, eu particularmente discordo em gênero, número e grau. O fato de suas histórias sempre estarem voltadas para o campo, não quer dizer que ele escreve regionais. Pelo que venho acompanhando a região praieira é bem mais voltada para a sua aptidão.  Os atores: Aracy Balabanian, Francisco Cuoco, Daniele Suzuki, Jesuita Barbosa e Laryssa Dias já estão confirmadas no elenco que tem estreia prevista para o primeiro Semestre.
 
     Mudanças e mudanças já fizeram na nova obra do Walther. Na sinopse a história iniciaria nos anos 50; mas devido ás regras da emissora se passará nos tempos atuais.
 
     Outra falha imensa que o sistema tem de mudar a espinha dorsal de uma obra, principalmente quando o folhetim que está no ar vem dando um resultado de audiência brilhante. É bom deixar bem claro que o autor quando escreve uma obra, ele já tem em mente o resultado que o público espera; afinal, ele também é telespectador. Qualquer mudança que venha acontecer no enredo é claro que o autor em algum momento vai ter problema para se sair da nova ideia imposta pela emissora.  Essas coisas acontecem demais nos bastidores e é por isso que muitas vezes o autor vira saco de pancadas pelo telespectador por não conhecerem as normas impostas e radicais que a globo principalmente entrega nas mãos do autor e este, tem que segurar com unhas e dentes se quiser permanecer na casa.
 
     Esperamos que o homem de ouro Walther Negrão com a sua vasta experiência em novelas com temas praianos, como Fera Radical, Flor do Caribe, supere as mudanças e venha mais uma vez nos presentear com suas tramas que sempre foram grandes sucessos na teledramaturgia do país.
 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 05/05/2016
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