AS BATALHAS DE DILMA
Com o impeachment se aproximando, vejo a presidente travando duas batalhas. Uma está praticamente perdida. A outra, Dilma vem travando consigo mesma. Aquela que a obriga caminhar na corda bamba entre o racional e o irracional. Quando é preciso salvar-se do monstro, até a irracionalidade é bem-vinda.
Estou falando da batalha que a presidente Dilma trava com seus anjinhos e seus diabinhos invisíveis. E não é só a presidente que precisa lidar com esses seres ocultos. Todos nós precisamos. A lição mais importante e não importa a situação, é nunca desacorrentar nossos diabinhos. Isto é fatal.
No caso da presidente, não creio que seus diabinhos já estejam desacorrentados. Em contraponto, é possível afirmar que os seus anjinhos foram postos fora de combate, outra vez. Sem sequer ter o direito de argumentar.
Dilma decidiu entregar-se aos seus diabinhos. Agora eles estão no comando. Se pudéssemos vê-los, estariam mostrando faixas escritas com a palavra “golpe”. E rindo.
Liberar a pílula do câncer sem estudos mais aprofundados e testes, é obra dos diabinhos de Dilma. E tenham certeza. Muitas outras coisas que a presidente vem fazendo, é parte do impeachment aplicado pelos seus diabinhos.
Então a questão é: Os diabinhos da presidente serão desacorrentados? Da maneira como Dilma vem reagindo aos acontecimentos eu temo que sim. E quando isso acontece, as tragédias passam a caminhar do lado.
Desacorrentar nossos diabinhos significa perder de vez a razão. Não é a razão do que é certo ou errado. Quando desacorrentamos nossos diabinhos literalmente piramos. E as consequências dessa loucura são imprevisíveis. Para nós, e para os outros.
Sabemos que nossos anjinhos são bonitinhos. Talvez, seja justamente por isto que abandoná-los faz parte da nossa índole. Afinal, estamos sempre querendo ver o circo pegar fogo. E nossos anjinhos são metidos a bombeiros.
A História humana está cheia de exemplos de pessoas que decidiram desacorrentar seus diabinhos. No nosso cotidiano isto continua a acontecendo, e estatisticamente os números tem crescido. Enquanto os anjinhos se preocupam cada vez mais com os incêndios, os diabinhos usam com maestria a sedução para sair das correntes.
Torço sinceramente para que a presidente Dilma não desacorrente seus diabinhos. Que alguém gentilmente estique a corda, e ela atravesse a corda bamba do com o mínimo de racionalidade que lhe resta. Se os diabinhos gostam de tragédias, eles também adoram um circo. De cujo espetáculo deprimente a plateia não está disposta a rir.