PAN-2007 sem chuvas.

PAN sem chuvas

Durante o mês de julho de 2007, temos certeza de que o ambiente no Rio estará suportável aos olhos internacionais pelo menos nos locais das provas, na Vila Olímpica e nos trajetos entre estes. Esta é a “imagem” que se pretende passar à imprensa, mesmo que isto custe um grande sacrifício à população nativa (RJ). Observemos alguns itens para a confecção de tal cenário:

1 – segurança com centro de monitoramento Australiano, mais de 18.000 homens aparelhados com novas viaturas, motos, rádios, uniformes limpos, coletes, apetrechos de primeiros socorros durante 24 horas. É claro que os bandos de pivetes “titulares” nas áreas onde transitam turistas atuarão em bairros mais afastados, já desprotegidos por tradição.

2 – O laboratório anti-dopping consumiu uma alta soma (dizem que mais de R$ 50 MI) para tornar-se o mais moderno da América do Sul. Já os hospitais municipais e estaduais continuarão com falta de leitos, macas, medicamentos e atendimento aos necessitados que competem na prova de “obtenção de senha”, sem público para aplaudir os vencedores, pois ocorrem nas madrugadas, longe dos holofotes da imprensa.

3 – Somente a madeira da pista fechada de ciclismo custou perto de R$ 13 MI. Alegam que o material vem da Europa. Com certeza o insumo tem origem no Amazonas, onde toras escoam furtivamente por falta de apoio aos órgãos fiscalizadores desta sangria. Cada tonelada roubada deve sair daqui por R$ 100,00 (fruto de minha imaginação) e depois de receber um verniz europeu, retorna ao custo de R$ 1 MI (mais um fruto).

4 – Os trajetos das delegações foram asfaltados e receberam faixas pintadas para assegurar uso exclusivo (inconstitucional). Nós que pagamos IPVA cada vez mais caro à medida que o carro envelhece, além de sermos desviados para ruas esburacadas, ficaremos mais irritados com os engarrafamentos, apesar de estarmos acostumados com o caos cotidiano por falta de planejamento dos incompetentes.

5 – Grandes edificações pomposas foram levantadas para figurar nas fotos dos visitantes. Resta saber quem vai tomar conta delas depois que todos se forem. Talvez sejam invadidas pela turma de moradores de rua. Menos mal, pois terão algum abrigo em dias de chuvas com enchentes.

Em paralelo aos atletas merecedores de suas medalhas pelos esforços realizados, os grandes vencedores deste evento serão os promotores e os que autorizaram tal festa, que certamente lucrarão bastante (demagogicamente e financeiramente) com os “contratos” (num próximo texto ilustrarei alguns até sem licitação) firmados.

Haroldo P. Barboza – Recreação educativa (5ª. Idade e infantil)

Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!