A PRESUNÇÃO DA HONESTIDADE
       Depois vencer todos os desafios que me foram impostos pelas circunstâncias da vida, de repente me vejo diante de um dilema: responder as acusações veladas que me imputam, ou simplesmente deixá-las passar em brancas nuvens?
            É sabido por todos os que me conhecem,  que milito no PT desde 1980, quando participei das primeiras reuniões realizadas na Bahia para a organização do partido e que desde então venho defendendo os postulados que combatem a diminuição da pobreza, da distribuição de renda, do emprego e dos instrumentos que contribuem para a moralidade e as boas práticas na gestão pública.
            Uma militância sempre pautada nos princípios que nortearam toda a minha vida como cidadão: respeito, responsabilidade e honestidade.
            Diante de tudo isso, mesmo assim, tenho recebido constantes indiretas, como se fosse eu, também responsável por desmandos que vicejam diariamente nas manchetes de rádios, jornais e revistas deste pais.
            Entendo, que o pressuposto primordial da DEMOCRACIA seja a "PRESUNÇÃO DA HONESTIDADE". Não são as minhas convicções pessoais que irão salvar ou condenar ninguém, só porque assim quero ou as circunstância do momento me convém. Este estado de exceção já está no passado triste da história deste país e não devemos repeti-la; embora, muitos saudosistas, assim a queiram, quando praticavam em larga escala todos os atos arbitrários que agora condenam, e dos quais fui vítima. Com um simples telegrama, um dirigente partidário mandou-me demitir do cargo de Escrivão da Delegacia de Policia de Piritiba, cargo este patrocinado pelo digníssimo Deputado Dr. Walter Brandão da Silva que tinha me filiado na Arena 2, partido pelo qual concorreu a Prefeito de Piritiba. Fui nomeado e uma semana depois demitido. Justificativa no telegrama:  "vocês acabam de nomear um "comunista" para escrivão da Delegacia de Policia". Motivo real: pedi minha desfiliação da Arena 2, pois tinha me filiado ao antigo MDB a pedido de um grande idealista piritibano, Absalon Lima.
            Mas por umas dessas ironias do destino, foi a melhor coisa que me aconteceu. Injuriado, passei a estudar diuturnamente, e em pouco tempo passei em quatro concursos seguidos: Banco do Estado da Bahia, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e no concurso interno do  Banco do Brasil. Foi o desafiador aprendizado nessas empresas que me proporcionaram chegar onde cheguei.
            Mesmo assim,  sabedor dos métodos arbitrários dos "donos do mundo", e como as minhas conquistas eram fruto de árduas noites de estudo com apostilas e livros emprestados, abstive-me de participar de qualquer atividade política. Mesmo assim, vi vários colegas serem vítimas das arbitrariedades dos "donos do mundo", pedindo a exoneração de colegas, pelo simples fato de defenderem este ou aquele candidato.
            Mas, voltando aos dias atuais, gostaria de exemplificar o que se passa, relembrar um fato histórico: Quando a Igreja Católica passava por um dos períodos mais negros de sua história, Calvino e Lutero, não sem motivo,  criaram uma dissidência na Igreja Católica, que se tornaria mais tarde a Igreja Presbiteriana. Enquanto Lutero e Calvino dividiam a Igreja, uma pequenina freira protestava: ajoelhada diante do papa dizia: "Vossa Santidade está apodrecendo a Igreja". 
            Prefiro o exemplo de Santa Terezinha, a seguir os aproveitadores de hoje e de sempre, que se beneficiaram largamente de tudo o que ai está, em um passado recentíssimo, e que agora,  ao sabor das circunstância e das conveniências, jogam pedra na GENI.
Agamenon Almeida
Poeta e Escritor.
Galveston, Texas, USA, 23.02.2016.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 16/04/2016
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