O perigo dos "carros-forte"

Eu já tinha pensado em escrever algo a respeito dos carros que fazem o transporte de valores nas grandes cidades. Agora a coisa, pelo menos na Regiâo Metropolitada de Porto Alegre, parece que fugiu completamente ao controle da sociedade. Apoiados por uma legislação unilateral, aqueles veículos se acham donos da rua, andando em alta velocidade, parando onde querem, tumultuando o trânsito em nome da segurança requerida pelos banqueiros, que configuram talvez o maior poder da República.

Esses monstros, legítimos blindados de combate das estepes do Iraque, andam pelas ruas tirando “fininhos”, fazendo barulho e fumaça ou arranhando os outros veículos, estacionando em qualquer lugar, às vezes até em cima das calçadas, sem sofrerem a coação das autoridades de trânsito destinada aos simples mortais.

De uns tempos para cá, por causa dos assaltos, carro forte passou a ser sinônimo de perigo, pois volta-e-meia ocorrem tiroteios com balas perdidas, etc. Em Porto Alegre, na última semana, ocorreram duas mortes, de pedestres que não tinham nada com o peixe, mortos pela infelicidade de passarem perto de carros que naquela hora eram assaltado.

Agora um deputado fez um projeto-de-lei visando estabelecer um horário e uma forma mais disciplinada de entrega e coleta de dinheiro nos bancos, para que a população não sofra tanto os efeitos da violência oriunda dessas “caixas-fortes” ambulantes. Não consigo divisar a eficácia de uma lei nesse sentido.

É prudente fugir-se desses veículos, pelos perigos do trânsito e dos tiroteios.

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 10/07/2007
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