Vida, paixão e morte.
Todas às vezes quando se aproxima o dia da vida ou da morte do Nosso Senhor Jesus Cristo eu me lembro, sozinho em minha rede ou “ainda” pilotando os meus saudosos e tão distantes aviões, da minha doce cidade morena, minha Belém do Pará querida, terra dos araçás, dos cutites, dos uxís, dos açaís, das maniçobas, dos tacacás, das pupunhas, dos rios, furos e igarapés! Belém das minhas petecas de aço, dos meus papagaios “guinadores” de linhas bem enceradas, piões, bolas de meias das minhas irmãs, e tantas outras coisinhas miúdas, que não me esqueço jamais.
Nas Sextas-Feiras Santas, às 15 horas, tocavam, dolentes, os sinos do grande campanário da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, e de outras igrejinhas menores, para lembrar a morte de Cristo. Nesses dias a criançada toda ficava em casa, rezando, debaixo das asas das mãezinhas queridas. E nessas horas, para mim tão misteriosas, eu pensava cá com meus botões, botões também tão cheios de medos, que quando a cega que não respeita ninguém de mim se aproximasse eu mais que depressa correria a me esconder debaixo da minha cama, junto de minha mãe, e ao lado do meu cachorrinho “Dakel”, amiguinho de estimação.
O tempo passa ligeiro...