TEXTO MAÇÔNICO - HARMONIA E SIGILO

A G.’. D.’. G.’. A.’. D.’. U.’.

Poderoso Três Vezes, Venerável Mestre, Antonio Teles Amaral,

Valiosos e Influentes Irmãos!

Pela ciência das palavras, HARMONIA é um resultado de união e será sempre uma relação de realidades que constituem a verdade. Tudo que é harmônico, naturalmente o é belo, proporcional e ordeiro; e obviamente, aquilo que se faz desarmonioso o é horrível, desproporcional e caótico, confuso.

Lindas palavras, talvez; quando as escrevemos ou falamos em público! É demasiadamente lindo e perfeito, quando alguém fala com ênfase torácica sobre HARMONIA. Ocorre que falar e escrever é muito fácil, simples e lindo; mas a aplicação de harmonia, seja onde for, não é tarefa fácil e acessível a todos. Por mais que seja um conceito que devesse estar entranhado em todo ser humano, infelizmente não o é; e muitos de nós, queremos colher os frutos de um pomar harmônico, mas nos esquecemos de que a colheita só deve vir após o plantio; nunca antes!

Ponhamos essa dileta e deliciosa palavra, HARMONIA, em nossas vidas; e observemos se de fato há uma contribuição pessoal de cada um de nós para que ela seja usufruída no conjunto de nossos entendimentos.... Qualquer um de nós, Maçom ou profano, desejamos chegar num local harmônico; sonhamos em andar em ruas repletas de harmonia; apetecemos que nossas esposas e filhos ajam com demasia de concordância; que nossos amigos sejam no mínimo consensuais; que nossos colegas de trabalho tenham sempre a consonância esperada para alcançarmos o sucesso; e para os laboriosos Maçons, pedreiros, incansáveis praticantes da Arte Real, ambicionamos cruzar as colunas de nossa Loja sagrada, para regozijarmos de um ambiente igualmente harmônico, cheio de conformidades e belezas, como deve ser todo templo maçônico!

Mas é isso, meus Poderosos Irmãos, que enxergamos e vivenciamos? Conseguimos de fato enxergar e usufruir de beleza e harmonia em nossa sublime oficina de trabalhos?

Antes mesmo de morrermos, quando ainda estamos transitando no vale do desconhecido em busca de uma nova vida, a primeira coisa que enxergamos é "Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem", mas raramente, quando tratamos de temas afastados da ritualística, lembramos dos sinais da Câmara das Reflexões; e raramente voltamos a ela, porque muitos de nós pensam que os altos degraus os impedem de voltar; mas eu os afirmo, estimados Irmãos, que devemos sempre descer os degraus que conduzem a lucidez; e nunca subir rumo ao infinito, sobretudo se já sabemos que em muitos cumes, há somente a obscuridade e é essa obscuridade que gera a desarmonia.

É lindo ostentar cargos, medalhas, laureis e condecorações. É magnífico reafirmarmos nossa honestidade e nossa benevolência, apontadas nas esmolarias profanas; mas indubitavelmente, alguns de nós, falamos, escrevemos, mas não praticamos a humildade que gera de fato essa beleza que é a harmonia.

Sêmele era, segundo a mitologia grega, filha de Cadmo e de Harmonia; e mãe de Dioniso. Sem nem imaginar, teve um romance com Zeus, a quem pediu para mostrar todo o seu esplendor, quando estava grávida. Morreu fulminada quando Zeus apresentou-se como deus olímpico, envolto em luz radiante. Ora vejam que a filha de Harmonia morreu antes de dar à luz, porque seu grande amor lhe mostrou todo seu esplendor...

Se a filha de Harmonia não conseguiu ser bela de fato, quem somos nós para nos culpar de algo que nos relacione ao desacordo? E foi pensando nisso que Zeus tratou de lapidá-la; e buscou Sêmele dos infernos, deixando para ela um ambiente de deusa...!

A Maçonaria Universal é infinitamente e indiscutivelmente bela; e tudo que há de exemplo nos tomos secretos, em cem por cento dos escritos maçônicos, cita-se HARMONIA e união, porque sem isso, quem somos nós, senão meros fragmentos de poeira?

Essa loja e todas as outras lojas da Maçonaria devem estar repletas de homens indubitavelmente compelidos na laboração de níveis que nos unam; de planos que harmonizem tudo que fazemos ou pensamos; e que o fruto dessa admirável laboração, nos faça crescer como homens; e nos una em torno de ambientes sempre harmônicos; somente assim podemos justificar que toda loja é Augusta e Respeitável!

Não podemos permitir que entre Colunas, tenhamos um teatro faceto, onde um dissimula respeitar o outro; e do lado de fora, às vezes poucos metros após as Sagradas Colunas, nos comportemos como bárbaros cheios de quinas, espargindo a antipatia, articulando a crítica prematura; e querendo colher disso, bons frutos, como a HARMONIA!

Ao longo da história a Maçonaria conquistou solos infecundos e os transformou em férteis; e isso só foi possível, porque os nossos Irmãos se mantiveram harmônicos e em completo silêncio. Todas as nossas vitórias, da filosófica a militar, são recheadas de ingredientes purificados pela união, pela harmonia, pela aderência de ideias; e no mais completo sigilo.

A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, grandiosa e respeitada, tem nos oferecido verdadeiras lições de harmonia. Nas últimas eleições que elegeram o Gabinete do Grão-Mestrado, notamos o que é o verdadeiro significado de alicerce sólido e harmônico. Vislumbramos a grande festa do escrutínio que elegeu, quem já sabíamos que faria o melhor; e quando avistamos os Poderosos Grandes Irmãos, Tataco, Edilson e Quirino, nossos olhos enxergam também o que foi o passado e o que com certeza será o futuro. Essa receita harmônica põe a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais como uma das mais respeitadas do Brasil e do Mundo.

É dessa forma que todas as lojas devem agir, com respeito as ideias novas, com respeito as tradições, com visão de união, com insistência na soma de valores; com mais insistência em união; e mais uma vez, devemos insistir em nos unir; e nunca esquecermos de tentar sempre levar para nossa oficina HARMONIA.

Obrigado pela paciência, diletos Irmãos; e desejo a todos: HARMONIA!

S.’.F.’.U.’. e T.’.F.’.A.’.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

A.'.R.'.L.'.S.'. Guardiões da Liberdade

G.'.L.'.M.'.M.'.G.'.

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 17/03/2016
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