PARE DE FUMAR HOJE - É FÁCIL - SAIBA COMO

PARAR DE FUMAR – UMA DECISÃO NECESSÁRIA E MUITO DIFÍCIL

Meus pais fumaram por muitos anos; e eu comecei a fumar na adolescência, não por influência deles, mas quando comecei a trabalhar aos 16 anos, achava charmoso portar um maço de cigarros americanos, como Camel, Lucky Strike, John Player Special; e quando via na TV os comerciais do Malboro, era como se estivesse participando dele naquele cenário de velho oeste dos Estados Unidos, como se eu fosse um cowboy e todo o charme daquele mocinho fosse o cigarro que ele fumava...

Depois do período que eu rotulei como charmoso, veio o vício. Eu sempre dizia que pararia no dia que eu quisesse, mas esse dia somente chegou há poucas semanas. Foram mais de 30 anos fumando muito; e nos últimos, cheguei a média de 2 maços por dia.

No dia 19 de fevereiro desse ano, após dois dias de dores intensas e febre, resolvi ir ao médico num plantão noturno. A suspeita inicial era de uma virose forte; depois suspeitei de dengue; e quando saí de casa, disse a minha esposa: - Tenho quase certeza que é pneumonia! No médico a pneumonia ficou constatada e o pior foi a revelação de um enfisema pulmonar que me fez perder 50% de um dos pulmões...

Eu sempre dizia a mim mesmo que na data “X”, em geral comemorativa a alguma coisa, eu iria parar de fumar, mas esse dia nunca chegou. Nascimento dos filhos, dos netos, casamento, ano novo, nenhuma data foi mais importante do que meu vício; e isso me deixou perturbado, porque eu já sabia que eu havia me tornado um dependente químico.

Fumei uma média de 2 maços por dia por cerca de 11 mil dias, ou seja: 22 mil maços de cigarro durante toda minha vida. Ao preço de hoje, R$ 8,25, quer dizer que fumei mais de R$ 180 mil; e se eu tivesse depositado no banco R$ 16,50 todo dia, desde o dia em que comecei a fumar, teria hoje facilmente mais de R$ 500.000,00 com os juros e as correções.... Lamentar, agora é tarde!

Mas voltando a data de 19 de fevereiro, eu entrei no hospital e deixei no carro um maço de Dunhill com 4 cigarros dentro. Eu ainda tenho esse último maço com 4 cigarros desde aquele dia. Decidir parar de fumar, no meu caso foi uma escolha entre viver com pouco ar ou viver sem nenhum ar; entre viver sabendo que vou morrer um dia ou antecipar cada vez mais a minha morte. Parar de fumar foi, simplesmente, ter que decidir entre eu ser de fato um animal consequente e inteligente ou não!

Primeira lição de quem quer parar de fumar: não ter MEDO nem VERGONHA. No meu caso, estou sem fumar nenhum cigarro; e se eu tivesse fumado um, dois, com certeza admitiria, porque presumo que o processo é doloroso na maioria dos casos, não no meu...! Sinto vontade sim, mas nada que me faça pensar em fumar APENAS UM!

Parar de fumar é como aprender a andar! O bebê tenta, escorrega, bate a cabeça, desequilibra, cai muitas vezes e depois que aprende a andar, cai algumas vezes até na vida adulta, mas a tendência natural é esforçar-se sempre no sentido de caminhar e correr sem cair!

Minha médica elogiou minha pele. Ela me disse que raramente via alguém da minha idade, que fumou por tanto tempo, com a pele saudável como a minha; e me garantiu que, se eu de fato parar de fumar e chegar a velhice, serei um velho com poucas rugas; e finalizou que esse é o sonho de toda mulher, inclusive o sonho dela...!

Outra coisa que parece idiota, mas funciona, no processo de parar de fumar é registrar a proeza no papel. Falar com amigos e com a família é muito legal, mas escrever e ler sempre o que escreveu pode fazer muita diferença; e é por isso que eu estou deixando registrado minha decisão; a decisão que tomei no dia 19 de fevereiro às 20:10h, que a partir daquele momento, eu, Carlos Henrique Mascarenhas Pires, deixaria de contribuir com os lucros da empresa Souza Cruz!

Sei bem que é necessário mais do que uma promessa pública. Eu preciso ainda enganar o intenso desejo psicológico de fumar, mas já notei que estou respirando melhor e que agora eu preciso fazer exercícios físicos mais constantes ou sessões de terapias espiritualistas. Estou bebendo mais água, fazendo chás com ervas exóticas; estou comendo mais frutas e escrevendo mais.... Além de tudo isso, estou me permitindo alguns pequenos excessos, como provar cervejas mais elaboradas, porque entendo que tudo que eu fizer não me fará mal se for para escapar do cigarro; e também, nesses dias que estou sem fumar, deixei de gastar R$ 500,00...!

Posso afirmar que o café, no meu caso, não me faz lembrar do cigarro. Permaneço bebendo muito café, mas o aroma dele em nada me faz lembrar do gosto ou do prazer do cigarro; o álcool sim ainda me persegue na lembrança maldita do tabaco. Adoro um uísque com gelo, um Bourbon cowboy ou uma cerveja mais forte; e quando bebo aquilo que gosto, preciso de muita concentração para não lembrar mais do cigarro

Antes de 19 de fevereiro de 2016 eu jamais havia sequer tentado parar de fumar; e se eu não titubear na decisão, poderei, por exemplo, comemorar essa data como o dia em que eu parei de fumar; que é também a mesma data da expulsão dos holandeses do Brasil ou ainda, o dia histórico da saída de Fidel Castro do Poder em Cuba...

O mais importante é PARAR DE FUMAR!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 13/03/2016
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