ENTENDA A LAVA JATO

Até hoje o juiz Sergio Moro não explicou à opinião pública por quê somente os governos de Lula e Dilma, do Partido dos Trabalhadores, estão sendo investigados pela Lava Jato. É como se governos anteriores como o de FHC estivesse imune à investigação, por corrupção. Sabemos que vários escândalos foram colocados para baixo do tapete do Palácio do Planalto durante os dois mandatos do guru da social democracia tucana.

De país da impunidade, de repente, o Brasil passa a ser a pátria da suspeição. Somos todos suspeitos perante a Lava Jato. E estamos caindo no estado de exceção, tão nocivo e destrutivo quanto à impunidade dos corruptos de direita e de esquerda. Camufla-se a estratégia de atingir governos populares com a caça à corrupção sistêmica. Nenhum governo deste país em toda a história colonial, imperial e republicana passa a salvo da corrupção.

Mas, só agora, quase 28 anos de promulgação da Constituição de 1988, coloca-se em prática o combate à malversação dos recursos públicos. A sociedade está entendendo que a criminalização do ex-presidente Lula, a partir de suspeição, ainda sem qualquer comprovação, significa uma perseguição a um dos maiores líderes da política nacional, como ficou comprovado sexta-feira passada, através da condução coercitiva dele para depor na polícia federal.

O povo está nas ruas e, lamentavelmente, um juiz de primeira instância, que nada entende de política, está conduzindo a nossa democracia para o abismo de um beco sem saída. Nenhuma ordem jurídica suporta a indignação das massas populares, quando toma consciência de que seu líder sofre um tratamento desregrado que a justiça não dispensa nem a um mafioso.

Estamos brincando com fogo diletos investigadores. Não prejudiquem o estado de direito democrático para aparecer em espetáculos midiáticos. Foi o povo, sob o comando de Ulisses Guimarães, Lula, Brizola, entre outros, que conquistou a redemocratização do Brasil, golpeado em março de 1964 pela sanha fascista dos militares, durante 21 anos, uma página negra que não gostaríamos de viver nunca mais.

samuel filho
Enviado por samuel filho em 05/03/2016
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