Saudades dos meus tempos de criança.
Sempre gostei de um joguinho de Poker. Em Pirassununga, quando o “tempo fechava”, lá íamos nós para o quarto do Tião, o nosso bom Capitão Capelão:- - eu, o Rangel, o solteirão Capitão Intendente Teles, mais conhecido como “Full Cariri”, o Libardi, e algum outro “reserva”, quando faltava “quorum”. No quarto morava um papagaio de estimação do Tião, o único “piruador” do nosso joguinho bom e barato, sempre bem acompanhado da “51” e cervejinhas pra lá de geladas. Um maldito dia, era de tardezinha, vieram tirar o Libardi da mesa, para ele fazer um imprevisto voo de instrução. Tudo bem; ficamos jogando de três. Daí a pouco chega o “Tião” chorando e dizendo que o Libardi... “morreu”. Ele e o aluno Cadete do Ar.
Depois desse acidente houve uma grande confusão na Academia da Força Aérea, que na época ainda era um “Destacamento Precursor”, quando fomos parar, eu a mais alguns instrutores, na Aviação Embarcada, de onde, após um grande mal entendido comigo e um Capitão muito mais antigo, mandei o mesmo “pra puta que o pariu”, e fui parar, de castigo, em BQ, na EPC do AR, onde, por incrível que pareça, me dei muito bem. O Comandante era o Brigadeiro Camarão, um grande amigo e o meu melhor Comandante.
Sempre fui muito mais “Aviador” que “Oficial”. E sempre gostei de dar os meus “Traguinhos”, e de dar minhas “Trepadas”. Mas sempre cumpri com rigor minhas obrigações para com a “Pátria”. Mas, por probleminhas “muito meus”, sempre fui e sempre serei individualista até demais; e sempre vendo e mostrado injustiças onde outros não costumavam ver, entrava no famoso “Quadro de Acesso” por Antiguidade, mas sempre ganhei os “Recursos”, e minhas promoções foram sempre por Merecimento, a meu ver, imerecidas. Para se chegar nas “estrelas”, há que se ser muito mais Oficial, que Aviador... Ou, metade-metade...
Um novo amigo meu aqui no “Face”, mas velho amigo meu dos tempos de BQ, o “Aluno” Albanio José Gomes Leal, pergunta se eu ainda posso “ser preso”, como fui nos tempos da Sarney. Não sei e sei, pois vou continuar mostrando injustiças, onde muitos não veem, ou não querem ver. Penso, como também pensavam Tennesse Williams e o Ibrahim Sued:- - Aproveitar tudo o que a nossa frágil e passageira vida pode oferecer, e da nossa melhor maneira possível.