É DE PEQUENINO QUE SE TORCE O PEPINO
É DE PEQUENINO QUE SE TORCE O PEPINO
Possivelmente já ouviram muita vez este ditado: é de pequenino que se torce o pepino.
Pois é desde pequeno, que se deve ter o cuidado com a educação, lento processo de aprendizagem, para o desenvolvimento armônico do ser humano nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade.
É ponto pacífico que a educação deve ser cultivada desde o berço, pois é em peque-nino que se molda o caráter. Não é na universidade que se aprende a ser educado. Ali, poder-se-á aprender muita coisa de ciência, conhecimentos que enriquecem o intelecto, mas não se aprende a ser bom e nem educado e, muitas vezes, pela acirrada competiti-vidade as pessoas aprendem também a ser egoístas, a serem más.
Se uma pessoa não teve uma boa educação em casa, dificilmente ela poderá ser uma pessoa do bem, um ser humano íntegro. É no lar, numa família de bons princípios, bem estruturada, que começa o longo aprendizado para a vida. Aprender a se respeitar, para saber respeitar ao outro, saber onde acabam os seus direitos e começam os direitos dos outros. Para lá da ética e da moral e, não há verdadeira religião sem ética e sem moral, também a religião, e isso não quer dizer qualquer religião, amor e respeito às coisas de Deus deve fazer parte de uma boa educação. Isto não implica que toda a pessoa não crente, não tenha ética ou moral, e não seja pessoa boa, pois até há pessoas ateias, e agnósticas que dão lições de honradez e solidariedade humana a muitos que se dizem religiosos. Mas, também podemos dizer que são casos raros, infelizmente.
O Brasil está a passar por uma séria crise de valores, impressionante, quase estarre-cedora. Ficamos perplexos ao tomar conhecimento no dia-a-dia, pelo noticiário da imprensa falada e escrita, como a corrupção que garça nos altos escalões do governo, no executivo e no legislativo, aqueles que deviam ter conduta irrepreensível. Seguindo seu exemplo e mais próximo de nós, os celerados, nas nossas cidades, ao ponto de sermos prisioneiros em nossas próprias casas, tal é o descalabro a que chegamos. São assas-sinatos, roubos, desamor e desrespeito a crianças e a pessoas idosas. E, não venham com desculpas simplistas, que a grande causa de todas estas mazelas é a pobreza, embora isso tenha seu peso, todos sabemos. Mas a verdadeira pobreza, a maior, é outra, a miséria moral em que chegou nossa nação. As pessoas honestas que trabalham muitas delas, apenas pela sobrevivência, não roubam e muito menos matam, porque será?
Eduardo de Almeida Farias
edumendo@uol.com.br
27-6-2007