O INFANTO-JUVENIL OBESO
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Segundo pesquisas desenvolvidas nos Estados Unidos da América, filhos de genitores obesos tem mais probabilidades de se tornarem também obesos até a fase da pré-adolescência. E nos informam ainda de que atualmente existem de dez a quinze milhões de jovens adolescentes com o peso acima daquilo que é normal e ou saudável (WEINBERG; GOULD, 2001). E isso é muito sério porque tal afirmação data do início do século XXI.
Nas últimas décadas tem aumentado significativamente o número de crianças e adolescentes obesas. O assunto é considerado como um dos maiores problemas de saúde pública (VELARDE et al, 2007).
E até porque 41% (quarenta e um por cento) das crianças com um ano de idade obesas, assim permanecerão vida adulta (FISBERG, 2006). Esse é realmente um período muito crítico na vida das crianças.
Estudo realizado com adolescentes portadores de obesidade severa do tipo: IMC – Índice de Massa Corporal maior que trinta, na capital paulista, constata que adolescentes do sexo masculino, tem mais massa muscular total e bem assim mais capacidades anaeróbicas e aeróbicas se comparados com adolescentes do sexo oposto. (STELLA et al, 2003).
Por outro lado, foi realizado estudo de pesquisa na rede municipal de Corumbá, no Estado de Mato Grosso do Sul, que pode ter uma aplicabilidade via analogia em outros lugares do planeta terra, onde:
“ [...] constatou-se que crianças eutróficas são mais ativas, praticam atividades físicas mais intensas e gastam menos tempo assistindo à televisão e jogando videogame do que crianças com sobrepeso”. (BARUKI et al., 2006, p. 90).
Até a quantidade de vezes que as famílias faziam refeições na hora certa e de forma conjunta foi objeto de estudo, onde ficou constatado que mais ou menos 80% (oitenta por cento) das famílias pesquisadas tinham tal comportamento. Isso é uma atitude correta e importante, além de saudável para sondar a questão do sobrepeso (MANUN et al, 2005). Vide a posição americana a respeito da aptidão física no anexo 1.
A má alimentação das crianças no Brasil pode ser a causa de 95% (noventa e cinco por cento) dos casos de obesidade e os 5% (cinco por cento) restantes estão relacionadas a fatores endógenos (CHAVES et al,2006).
Dentre os estudos, pesquisas e relatórios preocupados com o surto ou epidemia que envolve infanto-juvenil no mundo, destacamos:
[...] destacamos o relatório da Internacional Obesity Task Force – IOTF (2003), para OMS – Organização Mundial da Saúde, estima que aproximadamente 10% (dez por cento) dos indivíduos entre 5 (cinco) e 17 (dezessete) anos de idade, apresentam excesso de gordura corporal, sendo 2% (dois por cento) a 3% (três por cento) são obesos; o que correspondia no ano de 2000 (dois mil) a 155 (cento e cinqüenta e cinco) milhões de crianças com excesso de peso, sendo 30 (trinta) a 45 (quarenta e cinco) milhões de crianças obesas no redor do mundo. (FISBERG et al, 2005, p. 11).
A sociedade mundial vive e convive preocupada com este grande problema de saúde pública, a obesidade infanto-juvenil, todos os governos estão preocupados em desenvolver pesquisas e metodologias eficazes para combater e ou enfrentar o referido problema, uma verdadeira epidemia sem cor e sem idade. Assim por dedução o sedentarismo diário de crianças e adolescentes envolvidos com o uso das novas tecnologias, acomodados com o mundo nova da informação, deixando assim de fazer exercícios e atividades físicas, capazes de queimar o excesso de gordura no corpo e no sangue, visando uma vida sadia e livre de tal chaga que assola o público especifico aqui referido.
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REFERÊNCIAS
BARUKI, S.B.S. et al. Associação entre estado nutricional e atividade física em escolares da Rede Municipal de Ensino de Corumbá – MS. Revista Brasileira de Medicina Esportiva, abr. 2006, vol. 12, n. 2, p. 90-94.
CHAVES, E.; LEMOS, A.; ARAÚJO, M. Creche Comunitária: um cenário para detecção da obesidade infantil. Ciência, cuidado e saúde. Maringá, v.5, n.1, p. 24-31, jan./abril, 2006.
FISBERG, M.; CINTRA, I. P.; OLIVEIRA, C.L. Epidemologia e diagnóstico da obesidade: abordagem inicial. In.: FISBERG, M. Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Atheneu, 2005.
FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. In.: Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos países de língua portuguesa. Suplemento n. 5. São Paulo. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte. V. 20, 2006.
MAMUN, A. A.; LAWLOR, D. A.; O’CALLAGHAN, M. J.; WILLIAMS, G. M.; NAJMAN, J. M. Positive maternal attitude to the family eating together decreases the risk of adolescent overweight. Obesity Research. v.13, n.8, p.1422–1430, 2005.
STELLA, S.G.; FERNANDEZ, A.C.; VILAR, A.P.; LACROIX, C.; FIRBERG, M.; MELLO, M.T.; TUFIK, S. Estudo comparativo das capacidades aeróbia e anaeróbia de adolescentes com obesidade severa da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília , v.11, n.1, p.23-28, 2003.
VELARDE, E.R.; RIVAS, O. C.; ROSA, A.C.; GARIBAY, E. M. V.; HERNANDEZ, J.F.C.; OSORIO, R.M.C. Factores de riesgo de dislipidemia em niños y adolescentes com obesidade. Salud Pública de México: Guardalajara. N. 2, 2007.
WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2.ed. [Trad.: Maria Cristina Monteiro]. Porto Alegre/RS: Artmed, 2001.