A INCRÍVEL ARTE DE FAZER
BOLOS & “BOLOS”
A arte superando as barreiras dos limites do deleite. O que é prazer para uns torna-se nojento e repugnantes para ouros. O impressionante é saber que no meio desta arte tão bela e saborosa, apreciada por todas as classes sociais, desde a criança a adultos, existam pedidos nada aprazíveis para a maioria das pessoas. As boleiras de plantão dizem que as festas são marcadas por temas variados de acordo com o gosto do cliente, mesmo indo de encontro aos seus princípios morais e culturais.
Em visita a uma feira de artes, fiquei estarrecido com o que vi. Deixou-me bem claro que na vida ainda não vimos de tudo.
Há poucos tempos atrás essa arte era apenas restrita a própria dona de casa e a intençã o era somente uma festinha particular na comemoração do aniversário de um ente querido. Hoje em dia o mercado competitivo entrou com tudo e investe em cursos livres para explorar o talento de pessoas que carregam essa arte rentável e deliciosa.
BOLOS SINISTROS E ESTANHOS
Há quem diga que também se trata de arte, mas percebi em entrevista com algumas boleiras que fazer um bolo com o tema fetiches e bizarros, não pode ser de aptidão para nós que fazemos segundo Cristina Pessanha, professora “Em relação ao que eu acho dos pedidos diferentes dos clientes, posso dizer que eu procuro agradar e fazer sempre o gosto do cliente”. Já houve caso de mulheres terem vergonha de relatar ao marido, seu fetiche na hora de fazer amor e pedir pra fazer um bolo de uma mulher defecando sobre o esposo. Fetos abortados em comemoração de um chá de bebê que não houve. Cristina Pessanha ainda continua a sua performance delatando temas sobre sexo e mesmo que o caro leitor tenha uma mente fértil, jamais irá conseguir atinar o que se pede para a forma do bolo protagonista deste tema.
Existem firmas próprias para fazer réplicas de pessoas falecidas da forma como elas foram sepultadas para festas de aniversário do falecido e no final da cerimônia todos os convidados comem um pedaço do defunto, aliás, do bolo em forma do falecido. Esses bolos são verdadeiras esculturas e requerem muito tempo para atingir a perfeição que o cliente pede, porém se paga muito mais para uma satisfação até muitas vezes pessoal.
Parece estória, mas a veracidade dos fatos dá uma certeza de que um chá de semancol fará bem para curar a esquisitice destes pedidos de bolos que apenas satisfazem o ego de quem pediu. Não dos convidados.
Flávio Cavalcante