Alheio aos problemas...
É no mínimo estranha a atitude da Presidência da República, frente à violência desenfreada que assola o país. Certamente porque o Presidente se sente seguro, cercado de inúmeros seguranças e mordomias, age como se o problema não tivesse nada a ver com ele, como se não fosse responsabilidade dele a solução e resolução desse problema que se alastra por nossas cidades, como fogo num campo de trigo.
Comparo a atitude do presidente, com a atitude dos senhores feudais, que na idade média ficavam bem protegidos em seus castelos, cercados de toda segurança, enquanto o povo, a plebe se debatia em guerras intermináveis para que eles lucrassem.
Lula criticava tanto Fernando Henrique, porque ele ficava alheio aos problemas, fazendo de conta que não era com ele, agora age da mesma maneira.
Diz que o Brasil está cor-de-rosa, que o povo brasileiro está muito melhor, vestindo melhor, comendo melhor, mas não está, tem gente passando fome, desempregada, a saúde é uma porcaria, a segurança simplesmente não existe e ele ainda está cheio de arrogância, sendo mal educado com os repórteres, fala com a imprensa e com o povo como se fosse um senhor, como se fosse o dono do povo.
Presidente, nossa população está sendo dizimada pelos marginais, nossos jovens, são presas fáceis para os traficantes que dominam as favelas, há tiroteios todos os dias nas grandes cidades, pessoas estão morrendo, ficando aleijadas, perdendo suas vidas numa guerrilha urbana que não pediram para suas vidas, uma guerrilha que é responsabilidade de quem está no poder, controlar.
Os marginais não têm respeito algum pelas autoridades, não se assombram com nada, de que adianta aumentar a pena para crimes de facções organizadas, pensa Vossa Excelência que eles estão preocupados com isso, pra eles tanto faz, eles são marginais, estão dispostos a matar e morrer, não tem nenhum futuro mesmo, são kamikazes. Falando nisso, as autoridades são corruptas, mancomunadas com o crime, há corrupção desde o menor cargo até os altos escalões das polícias, do judiciário e dentro dos ministérios. Todos os dias vemos na mídia, autoridades envolvidas com o crime organizado. Quando são descobertos, há o corporativismo, tudo que dizem os superiores, ditos não envolvidos, é de que será aberta uma sindicância para apurar os fatos.
No Congresso Nacional é uma vergonha, eles se protegem, blindam os companheiros, fazem CPIs, investigações, sindicâncias e outras baboseiras, apuram culpas e culpados, mas esses crimes raramente são punidos. Desde 2005, quando começaram os escândalos no governo Lula, apenas dois parlamentares foram punidos, Roberto Jefferson e José Dirceu, são pilantras e culpados, mas chego a ter pena deles, estão sendo injustiçados, outros fizeram coisas piores e não aconteceu nada.
O crime e a corrupção estão ganhando essa guerra. Vítimas são feitas todos os dias, inocentes diga-se de passagem, o cidadão não tem mais tranqüilidade, não pode andar pelas ruas, não pode mais ficar na frente da sua casa, quem o faz, arrisca-se a ser trucidado, baleado ou assaltado.
Presidente, a segurança do povo brasileiro é responsabilidade sua, sim senhor. Não adianta o senhor delegar poderes para este ou aquele, o senhor mesmo tem que tomar alguma atitude urgente e contundente, sob pena de qualquer hora, o senhor ou algum conhecido ou familiar serem vítimas dessa violência desenfreada.
Nenhum de nós, está livre, nem mesmo as autoridades de ser vítimas. Vejam o caso do juiz que foi seqüestrado em Sergipe, os bandidos não respeitam mais nada. Nossas leis são fracas e não passam de velhotas, depauperadas e sem vigor.
Nossas leis precisam ser mudadas, mas como conseguir isso, se as pessoas que deveriam fazer isso, não o fazem por temerem algum dia, ficarem debaixo dessas mesmas leis, então, as mantêm brandas.
Na realidade, a moral, a civilidade, a honestidade, a hombridade, o respeito pelo ser humano, são coisas desconhecidas da maioria de nossos advogados, o que importa para eles é o dinheiro que ganham, não importa de onde esse dinheiro tenha vindo. A OAB deveria execrar de seus quadros, esse tipo de advogado.
Nossa polícia é mal paga e mal aparelhada, não há um sistema de informação, a inteligência da polícia é burra, quando não corrupta, quem em sã consciência vai para a rua ganhando salários de miséria, que não dá pra sustentar a família, prova disso é o elevado número de policiais que fazem bicos como segurança particular. Enfrentar bandidos, armados com fuzis AR15, metralhadoras UZI, pistolas automáticas de grande poder de fogo e que atiram para matar.
Nossos policiais não podem atirar nem pra ferir. Se um bandido é ferido ou morto, em confronto com a polícia, os policiais envolvidos são investigados, suspensos, processados e muitas vezes punidos, como a polícia vai agir, se está de mãos e pés atados, a autoridade policial praticamente não existe.
A discussão sobre a mudança da Lei da maioridade penal, que enquadraria os delinqüentes menores de dezoito anos, nas mesmas leis dos demais.
Que diferença existe entre um bandido de dezesseis anos e um com vinte ou mais, que matam pessoas, estupram, aleijam, barbarizam, arrastam por quilômetros, fazem todo tipo de estripulias?
Que diferença existe, são todos marginais, pessoas que vivem à margem da sociedade, que perturbam e agridem a sociedade.
Porque os menores não podem ser punidos? Só um demente, alguém muito otimista ou visionário, pode imaginar que os menores que cometem esses crimes todos, são recuperáveis.
De cada um milhão de menores infratores apenas uma ínfima percentagem tem recuperação. Todos os programas de recuperação de jovens infratores, são inócuos, apenas desperdício de dinheiro e esforço público, apenas instituições criadas e mantidas com dinheiro público, para amontoar funcionários públicos e cargos comissionados dos políticos, um jovem que está envolvido com criminalidade e drogas, desde a sua tenra infância, que moldou seu caráter na criminalidade, não tem como sair desse meio. São pessoas desajustadas social e moralmente.
Precisaria ser um programa que envolvesse trilhões de reais, programas de geração de emprego e renda, programas habitacionais, programas sociais os mais diversos para que isso pudesse dar algum resultado. Infelizmente é desta maneira que a sociedade vê esse problema. Recuperação para menores infratores é utopia, principalmente quando os abrigos e instituições são apenas depósitos de pessoas, sem nenhum programa, sem nenhuma organização, sem nada que os estimule a recuperação, são escolas para formar mais marginais, não tem nenhuma estrutura, nenhuma decência.
O ideal é que o jovem não necessite ser recuperado, isso é cabal. Educação é a palavra chave, inclusão social, trabalho e religião.
Se nossos jovens fossem criados desde a infância tendo como base essas quatro palavras: educação, inclusão social, trabalho e religião, que elas fossem reais em suas vidas, nossa sociedade seria muito diferente.
Educação: ensine-se ao menino as letras e princípios humanos que o qualifiquem a saber separar o bem do mal.
Inclusão social: Ambiente familiar decente, habitação (que não precisa ser de luxo), saúde e participação na sociedade, cidadania, civilidade.
Trabalho: Se alguém quer ver seu filho perdido na marginalidade, não ensine a ele o valor do trabalho, desde a infância. Claro que não trabalho escravo, nem pesado, mas ensinemos a nossas crianças o valor e a utilidade do trabalho. Coloquemos na personalidade de nossas crianças o desejo de conseguir o que desejam através do próprio trabalho.
Religião: Seja ela qual for; católica, evangélica, espírita, todas ensinam coisas boas.
Programas sociais que dão dinheiro para as famílias, não resolvem qualquer problema, apenas criam outros.
Trabalhei durante algum tempo na prefeitura de minha cidade, envolvido justamente com esses programas sociais, o que víamos todos os dias era deplorável, mães e pais que recebiam o dinheiro do “bolsa isso” ou “bolsa aquilo”, nunca usavam o dinheiro para o que ele era destinado, engana-se o presidente se acha que o dinheiro dos famigerados cartões sociais é usado para comprar comida para as crianças, são usados para os mais diversos fins; compra de cigarros, pinga, cerveja, drogas e muitas outras coisas e as crianças continuam passando dificuldades, nuas e famintas.
Pais desajustados, sem emprego, sem onde morar decentemente, sem saúde, sem esperança, geram filhos ainda mais desajustados do que eles. São esses filhos que na sua grande maioria se envolvem na criminalidade, que lhes dá o apoio que a família e o governo não dão. Não todos, obviamente, toda regra tem exceção.
Como nossos políticos podem criar leis que proíbam nossas crianças e jovens de trabalhar, se não tem como dar-lhes educação, saúde, habitação?
As pessoas que criam estes programas sociais mirabolantes, não têm a mínima noção do que estão fazendo, não conhecem as regiões de invasão e favelas, não conhecem a realidade dos morros, nunca foram de madrugada em baixo dos viadutos ver como vivem os moradores de rua, não sabem como vivem as pessoas que moram ao longo dos rios em lugares de difícil acesso, não sabem o que é passar fome, não ter uma roupa pra vestir, um agasalho nos dias frios, um sapato pra colocar nos pés, criam programas que não são executáveis, são apenas maneiras de gastar mal os recursos oficiais destinados para essas áreas.
Ninguém está interessado em arrumar a vida dos paupérrimos. Eles são a massa que é manipulada pela classe política e pela elite dominante. Sem eles não haveria nem políticos nem a elite. Quanto mais pobreza melhor para a politicagem.
Presidente, é necessário que o senhor tome pé da situação da violência em nossa nação. Agora não há mais como o senhor fazer algo para prevenir a violência, apenas o que pode ser feito é a repressão.
A violência precisa ser controlada em nosso país, sob pena de que em muito pouco tempo, termos um poder paralelo, como eram a máfia na Itália e nos Estados Unidos em outros tempos. Não podemos mais ficar reféns desta situação periclitante, e é o governo quem tem que tomar medidas para resolver essa situação.
Enfim, só quem tem poderes pra propor e executar mudanças radicais, na condição da sociedade brasileira seria os políticos, nós povo, somos pacíficos e aceitamos as situações com complacência.
Se as situações que acontecem hoje no Brasil fossem na Itália ou na Argentina, já teria havido uma guerra civil. O que podemos, nós povo, fazer, é tentarmos através do voto darmos o troco, tirando os políticos que não estejam sintonizados com os problemas sociais da nação, nem isso temos feito, o brasileiro não sabe votar, o congresso está cheio de corruptos e mensaleiros, e nós, estamos deitados em berço esplendido. Infelizmente.