Provações

Por: Egídio Garcia Coelho

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Provações

Passamos tempos e tempos a tentar convencer os outros e a nós mesmos de que estamos evoluídos. Nosso intelecto é capaz de nos ensinar a fórmula ideal que, com determinação, persistência e disciplina, chegamos a montar o estereótipo exemplar.

Podemos até chegar a nos impressionar com tal estado de desenvolvimento. Porém, nada mais importante do que as “provações” para podermos avaliar tamanha superficialidade do nosso desenvolvimento fabricado.

Diante de contrariedades ou pressões psicológicas, nossos egos se manifestam com tamanha fúria que jogam por terra toda mascarada fantasia. É quando enfrentamos as “provações”, carregados de argumentos em defesa de nossos pontos de vista e nos tornamos mesquinhos, rudes e às vezes inflexíveis.

Até mesmo as pessoas que mais amamos são vítimas das nossas fragilidades expressadas com brutalidades, oriundas da falta de uma “espiritualidade aprofundada”. O que, mesmo dentro das religiões e com extrema dedicação à doutrina, temos dificuldades para alcançar.

Sempre digo que o que importa mesmo são os resultados e então nada melhor do que passarmos por uma boa “provação” para fazermos auto-avaliação, parando assim de nos enganarmos, podendo vir a parar também de querer enganar os outros.

É muito simples:

Diante de contrariedades, quantas vezes acionamos a razão para mantermos nossas fabricadas aparências?

Conseguimos manter a pulsação normal com calma e paciência?

Dependendo da pressão psicológica, sabemos que vamos chegar a um limite de tolerância, quando a explosão é inevitável ou um conflito interior é instalado.

Seríamos capazes de perceber e compreender que alguém ou alguma coisa se faz necessário para que haja a “provação” e perdoaríamos de imediato (espontaneamente)?

Facilmente se pode fazer uma relação das mais diversas reações que experimentamos diante das “provações” que nos mostram a superficialidade do nosso "desenvolvimento espiritual", ou seja, ausência ao AMOR verdadeiro.

Então, voltamo-nos para dentro de nós mesmos com devoção, disciplina e persistência até alcançarmos a quietude da mente, visando atingir os níveis do silêncio revelador das verdades que tanto buscamos.

Florianópolis, 30/09/2005.

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