Nada de orgulho

A tola e inútil vaidade humana enche-nos o coração de pretensões, que causam sofrimentos e igualmente nos iludem também com conseqüências desagradáveis para nós mesmos. O que somos afinal?

Uma resposta prática: somos todos aprendizes. Iniciantes, diga-se de passagem.

Vaidade, orgulho, para que? Não somos melhores que ninguém, nem piores. Não somos maiores que ninguém, nem menores.

Somos todos iguais na necessidade de aprendizagem e melhoramento, apesar das diferenças, em virtude de experiências igualmente diferentes. Mas, convenhamos que estamos todos no mesmo “barco” do aprendizado, o que nos solicita, mutuamente, solidariedade e respeito.

Muitas vezes, idolatramos o sábio, o ídolo, ao mesmo tempo em que desprezamos o selvagem ou aquele que, em nosso julgamento, consideramos inferior. Todavia, todos – selvagens, sábios, ignorantes, bons e maus, ricos e pobres, sãos e enfermos, negros e brancos, etc – somos todos irmãos e solidários no mesmo caminho do aperfeiçoamento intelecto-moral.

A questão 787 de O Livro dos Espíritos, como as demais, é muito sábia. Na seqüência e desdobramentos de sua composição, há a pergunta final: Assim, os homens mais civilizados, foram selvagens e antropófagos? E a resposta magistral: Tu mesmo o foste, mais de uma vez, antes de seres o que és.

Claro, muito óbvio. Não fomos criados prontos. Estagiamos por diferentes experiências para alcançar o que já somos. O que estão à nossa frente, igualmente. E há os que estão passando agora. Por que então desprezar, ignorar, desfazer? Por que uma postura de prepotência, vaidade, e tolo orgulho?

Temos todos a mesma origem e a mesma destinação gloriosa na imortalidade. Os caminhos podem ser diferentes, mas a destinação é a mesma.

E a Bondade Divina permite-nos a permuta mútua de aprendizados permanentes, uns em favor dos outros. Não é notável perceber isso?

Estendamos, pois, nossa sintonia na construção de laços de simpatia e amizade, ampliando a fraternidade à nossa volta. Isso será altamente benéfico para todos os envolvidos.

Aprendamos a olhar cada pessoa com a visão de companheiros de caminhada, sem desprezá-lo, nem tampouco exaltá-lo. Afinal temos todos a mesma necessidade de aprimoramento intelecto-moral, apesar das diferenças aparentes que possamos apresentar...

Nota: A presente abordagem é fruto de diálogos mantidos entre os autores, sendo a elaboração textual de autoria do primeiro e as fontes indicadas de autoria do segundo dos autores.

Orson
Enviado por Orson em 03/07/2007
Código do texto: T550549