Compaixão

Compaixão

A humanidade tem muitos defeitos, mas a falta de compaixão pelo próximo é o maior erro humano.

É o réu deste caos social que passamos e vamos passar por séculos e séculos.

A maldita ganância e os significados errôneos do que é felicidade fizeram isto.

Hoje é comum ver e sentir a falta de compaixão humana.

Lembro de uma foto que saiu em jornais e revistas tempos atrás, em que um homem toma sossegado seu café numa padaria e dirige seu olhar a um corpo ensanguentado na calçada ao lado.

- Quem consegue tomar um cafezinho olhando para um defunto e não fazer nada?

Uma vez também eu estava na minha varanda e observei uma cena onde religiosos, ao caminho do culto, pulam um bêbado machucado e caido na rua e nem param para ajudar o indigente.

- Aqueles crentes não estavam indo adorar seus Deuses? Deus não é caridade?

A compaixão caiu de moda como um trapo velho que é esquecido no guarda roupa fedorento.

- Para que ter carro importado se o vizinho passa fome?

- Para que seguir este capitalismo que vive da pobreza?

- Para que juntar dinheiro se o caixão não tem posição social?

Demagogia minha?

Hipocrisia minha?

- minha santa consciência não concorda com o rumo que a falência da compaixão segue.

Eu não falo de dó, digo com-pai-xao.

Compaixão com o sofrimento alheio, com a falta de oportunidade do próximo, com a ausência de um sentimento simples e essencial para a alegria e saúde mental do homem - eu falo de apenas ter a vontade de ajudar.

E todos podem ajudar.

" ninguém é tão pobre ajudar, e ninguém é tão rico ao ponto de não precisar de ajuda...."

É só na união que a felicidade surge.

É só fazendo alguém feliz que a felicidade tem significado.

É só com compaixão que há união.

E repito, com-pai-xao, não dó, pois compaixão rima com paixão e dó rima com intromissão.

Glauco Viana