Introduzindo: "Persuasão"
Ao que o homem busca, pelos seus desejos, ou pelos seus hábitos, seja o cheiro da terra pelo que habita, seja por habitar da terra e preferí-la, no encanto de sua ancestralidade ou encontrado por si mesmo, razoável admitir que, nesse frênesi, certamente, o homem segue.
E como segue este homem, diria que, aquele que de certo modo busca o amanhã e faz cálculo do ontem, segue-se atrelado as temporalidades, e desse modo, é vítima de um ideal próprio do homem, atribulado com sua espécie que o antecede.
Se o sol nasce, "alguém já disse", e, para além deste não nascer, mas, simplesmente acontecer, pela crença na rotação da terra, o homem contemporâneo baixa a cabeça, assistido pelo significado, somado aos aceites, vingados pela verossimilhança, aperfeiçoado pela dialética, fixado num sistema, determinado pela lógica.
Alguém que levianamente contesta dados tão insolúveis sobre a história da cognição do homem, precisa na interface do que pretende, dizer que este homem, que deseja persuadir e que persuade é, necessariamente, um produto que se estende na tarefa de simplesmente persuadir, sem ser criminoso, mas, pelo efeito de não poder ser contrário à sua própria natureza, provar a verdade das suas proposições.
Certo disso, se a questão é persuadir, seja lá qual for o propósito, então, o que resta na pretensão do logos, isto é, da palavra, pois, seja a indução do particular para o universal ou seja o que aceitamos consensualmente como verossimilhante, fadada na própria atividade da poesia, ainda mais na ético-política, e certamente a científica, pois, esta, na formalização do que é, se arrisca a dizer o que é propriamente em si, desse modo, comete a pretensão da probabilidade, o que, neste caso, segue-se como uma atividade de persuasão.
Segue-se que, persuasão aqui não indica apenas os argumentos dados como aqueles indutivos do particular para o universal, configurando opinião, mas, este também se estende para aqueles que, como nota Perelman, são dados pelos argumentos dialéticos, pois, mesmo que estes consigam o aceite, isto é, a configuração de verossimilhante no que pode se traduzir pela opinião da maioria das pessoas, dos filósofos ou dos mais ilustres cientistas, ainda não poderíamos assegurar a verdade com base na probabilidade, ainda mais que se referem a coisas, como dissemos, em si. Desse modo, também o raciocínio dialético tende a ser persuasivo, assim como aqueles dados pelos retóricos.