PAIS E FILHOS: AMOR QUE VEM DE DEUS

Vivemos atualmente num mundo que podemos chamar de “mundo cão”. Violência dentro de casa, nas escolas, nas ruas ... pais brigando com os filhos, filhos brigando com os pais e demais parentes e irmãos. Isso ocorre com frequência em muitas famílias, famílias tais que são desunidas, cujos membros não interagem entre si, não existe diálogo, não existe a preocupação com o outro. Filhos que não respeitam os pais nem os tios nem os avós. Pais que não respeitam os filhos, não respeitam a sua individualidade, não respeitam o seu espaço, o seu intelecto, a sua característica enquanto ser humano pensante. Pais que são manipuladores, que querem porque querem viver a vida do filho, que querem porque querem que o filho estude isso ou aquilo, que o filho se forme nisso ou naquilo, que o filho seja futuramente isso ou aquilo.

São situações que levam ao desmoronamento da família, que levam à destruição dos lares. O ambiente da casa torna-se inóspito, desagradável; o lar passa a ser um lugar ruim de viver, não existe harmonia, não existe compreensão, não existe afeto e carinho, enfim, não existe amor.

A gente vê nos noticiários tanta coisa ruim! A gente ouve dos amigos relatos do que ocorre nas suas famílias: brigas, discórdia, desunião, egoísmo, incompreensão, amores e carinhos não correspondidos!

Eu estou escrevendo sobre isso aqui porque tenho ouvido e presenciado situações bastante desagradáveis que acontecem em algumas famílias. São famílias cujos pais não se entendem, o casal briga constantemente, e pior, na presença dos filhos; famílias cujos pais não se dedicam aos filhos, deixam-os soltos pelas ruas sem saber sequer do seu paradeiro, onde estão, com quem estão, o que estão fazendo, outras vezes horas a fio trancados no quarto navegando na internet em sites ou redes sociais pouco confiáveis, quando não bastante perigosos e que podem comprometer o desenvolvimento do caráter e até mesmo a integridade física dos filhos. E outras famílias, cujos filhos, apesar de receberem muito carinho dos pais, apesar de durante a vida inteira terem tido todo o apoio, toda a atenção, carinho, afeto, amor, educação, enfim, uma vida inteira de dedicação dos pais aos filhos, e quando os filhos crescem estes voltam as costas para os pais, não se preocupam com os pais, abandonam os pais, não demonstram carinho e amor pelos pais, numa total demonstração de ingratidão por tudo o que os seus pais fizeram e ainda fazem por eles.

Especificamente sobre esta última situação, eu quero deixar uma mensagem aos jovens. Queridos companheirinhos, vocês não imaginam o quanto é triste e doloroso para uma mãe e para um pai não poderem dar aos seus filhos o mínimo necessário para a sua sobrevivência com dignidade, seja um presentinho, uma roupa ou um calçado; seja um passeio ou uma viagem, alimentos, medicamentos e principalmente educação. Muitas vezes os pais se desdobram no trabalho, fazem hora-extra, trabalham nos fins de semana, até vendem as férias, deixam de comprar algo para si próprios, abrem mão de tanta coisa!, enfim, se sacrificam a vida inteira em prol dos filhos, para que os filhos não passem falta de nada, para que os filhos possam se alimentar adequadamente, possam vestir uma roupinha melhor, fazer um passeio, uma viagem, ter um brinquedo ou um lazer, ter uma educação que dê base para a faculdade, e, por fim, para que eles possam cursar uma faculdade e tornarem-se adultos bem formados e aí seguir uma carreira na qual sejam prósperos e vitoriosos!

Mas por outro lado, se vocês, jovens, tiveram essa oportunidade, tiveram e têm pais com esse perfil, que se preocuparam e se preocupam com vocês, que deram e dão até hoje a vocês as condições para que se tornassem o que são hoje, façam uma reflexão, uma consulta ao “tribunal da consciência” e agradeçam ... agradeçam e agradeçam e agradeçam. Agradeçam a Deus imensamente por terem tido esses pais maravilhosos, por terem tido esses anjos da guarda na vida de vocês, por terem tido o privilégio de terem pais de verdade ... porque pai e mãe não é somente no momento da concepção ou do encontro carnal, pai e mãe verdadeiros são aqueles que amam, que dão afeto, que dão carinho, que educam, que acompanham os filhos durante toda a sua vida, que choram pelos filhos, que sofrem pelos filhos, que vivem uma vida inteira pela felicidade dos filhos. Se vocês tiverem ou têm pais assim, agradeçam muito a Deus!

Agradeçam a Deus, queridos jovens, e por favor eu lhes peço: dê aos seus pais pelo menos 0,1% do que eles deram a vocês, porque vocês jamais poderão dar a eles sequer 1% de tudo o que os pais de vocês lhes proporcionaram. Mas esses 0,1% não têm que ser necessariamente através de dinheiro ou de coisas materiais, o que os pais de vocês mais desejam é amor, é carinho, é afeto, é a presença de vocês, é o reconhecimento pelo sacrifício que eles fizeram e fazem até hoje por vocês. O amor dos pais pelos filhos é a coisa mais bonita que pode existir no mundo! Mas convenhamos, para nós que somos filhos: o amor dos filhos pelos pais, o reconhecimento de tudo o que fizeram e fazem por nós, a gratidão, é imensamente mais importante! É simplesmente maravilhoso!

E façamos isso, queridos jovens, filhos e filhas, enquanto é tempo! Porque no dia em que não tivermos mais os nossos pais, aí não poderemos mais manifestar o nosso carinho e a nossa gratidão ao nosso papai e à nossa mamãe, esses dois seres maravilhosos que receberam de Deus a incumbência de cuidar da gente, de nos dar amor, de zelar por nós, de nos dar a oportunidade de crescermos física e espiritualmente e assim podermos galgar mais um degrau na nossa evolução.

Washington Berto, 13/11/2015