Os Germânicos na Península Ibérica
INTRODUÇÃO
Comentamos no primeiro artigo dessa série, “Iberos, Nativos da Península Ibérica” que, no ano de 2013, nosso trabalho, “Matriz Brasil”, se voltou para as influências de nossa matriz indígena na cultura do povo brasileiro, ainda em formação.
Acrescentamos que, para o entendimento de nossa etnia, temos que garimpar sobre nossa matriz indígena, o colonizador português, e o escravo africano, as três etnias básicas componentes de nossa formação primeira.
Assim, nosso trabalho, “Mestiçagem em Preto e Branco”, que iniciamos em 2014 e pretende entender as duas outras contribuições, para nossa etnia em formação, iniciaria pelas influencias do colonizador português e, que para tal era importante entender quem era o colonizador português.
Como o artigo ficaria muito extenso dividimos essa primeira parte de nosso trabalho em: Iberos, Nativos da Península Ibérica; já realizado;
Os Celtas na Península Ibérica; já realizado;
Os Romanos na Península Ibérica; já realizado;
Os Germanos na Península Ibérica; objeto deste artigo;
Os Mouros na Península Ibérica; e
Colonizadores Portugueses.
OS GERMÂNICOS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Após 6 séculos de domínio e prosperidade, o Império Romano acabou por entrar em decadência, deixando a Península vulnerável a ataques bárbaros.
No início do século V, vários povos germânicos invadem a Península Ibérica e ocupam territórios romanos.
Cabe aqui registrar, que essa invasão foi antecedida de migrações em que os povos bárbaros migraram, de forma lenta e pacifica, para os domínios do Império Romano. O próprio governo romano estabelecia acordos com os povos bárbaros, permitindo-lhes fixar-se dentro das fronteiras do Império.
Entretanto, a partir do século V, os povos bárbaros invadiram o Império Romano, por meio de infiltrações ameaçadoras, violentas e brutais.
Em 409, os suevos e os vândalos estabelecem-se no ocidente peninsular.
Os vândalos irão migrar na sua maioria para o Norte da África e serão substituídos por outra população germânica, os visigodos, que chegaram à península dois anos mais tarde.
Portanto, serão os suevos e os visigodos que, definitivamente, se estabelecem em território ibérico.
Os suevos foram grupo de povos germanos originário do norte da Europa, da região entre os rios Elba e Oder, na atual Alemanha, na parte leste e fronteira com a atual Polônia e identificado pelo uso das línguas indo-europeias.
Parte dos suevos migrou à Hispânia durante as Invasões bárbaras e se estabeleceu em reino independente, na antiga província romana da Galécia (atual norte de Portugal e Galiza).
Esses suevos constituíram a população germânica, que mais impacto teve nas populações de Portugal, já que muitos deles se estabeleceram como agricultores e se disseminaram pelo território e conjunto da população.
A população sueva estimada naquela época para a Galécia é de 30 a 35 mil indivíduos e correspondente de 5% a 10% da população.
Mas, depois de mais de século de resistência os suevos passaram a integrar o Reino Visigótico.
Os visigodos foram um de dois ramos em que se dividiram os godos, um povo germânico originário do leste europeu. Os visigodos tiveram um papel importante na Europa nos 250 anos que se seguiram à queda do Império Romano, particularmente na península Ibérica, reinando de 418 até 711, data da invasão muçulmana, que substituiria o Reino Visigótico pelo Al-Andaluz.
As invasões germânicas não causaram ruptura na sociedade hispânica. Estes povos acabaram por adotar em grande parte a cultura romana. Os visigodos foram, inclusive, elementos centrais de reforço da romanização em toda a Península Ibérica, com a sua conversão do arianismo ao catolicismo e a promulgação de legislação, inclusive "códigos", em relativa continuidade com o Direito Romano.
Assim, apesar da invasão dos germânicos, os costumes hispânicos permaneceram quase inalterados.
A onomástica (nomes próprios) foi a área mais influenciada pela presença dos povos germânicos, sobretudo pelos visigodos, pelo que muitas palavras do português moderno têm origem na escrita visigótica.
São de origem visigótica: Álvaro; Conrado; Sigefredo; Gondomar; Adufe; Adães; Tagilde; Tresmonde; Trasmil; Ermesinde; Esposende; Alarico; Teodorico; o sufixo engo (em realengo) e muitas outras.
FONTES:
pt. wikipédia.org; e
wikipédia.org.