O PROTOCOLO DE TIBIRI
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
[...] o povão não gostou do acordo, tendo o advogado Renato Teixeira Bastos surgido como candidato de protesto, obtendo, porém, inexpressiva votação.
Luiz Hugo(IHGP/2003)
A história política nacional menciona que em 3 de outubro de 1955, realizaram-se eleições para Presidente da República, Vice-presidente, Governador, Vice-governador, Prefeito e Vice-prefeito em todos os municípios do Estado da Paraíba.
A história eleitoral da Paraíba, referente ao pleito de 3 de outubro de 1955, registra que o candidato mais votado a Presidente da República no Estado da Paraíba foi Juarez do Nascimento Fernandes Távora (político e militar), nascido aos, 14 de janeiro de 1898, natural de Jaguaribemirim, Estado do Ceará, e falecido em 18 de julho de 1975 no Rio de Janeiro, porém, no restante do país o eleito foi o Juscelino Kubitscheck de Oliveira (médico e oficial da PM/Mineira), nascido aos, 12 de setembro de 1902, em Diamantina, Estado de Minas Gerais e falecido em, 22 de agosto de 1976, em Resende, Estado do Rio de Janeiro, o candidato a Vice-presidente mais votado pelo eleitorado paraibano foi Milton Soares Campos (político, professor, jornalista e advogado), nascido aos, 16 de agosto de 1990, natural de Ponte Nova, Estado de Minas Gerais e falecido em 16 de janeiro de 1972, em Belo Horizonte/MG, porém o eleito no restante do país foi o João Belchior Marques Goulart (advogado e político), nascido em 1 de março de 1919, em São Borja, Rio Grande do Sul, e falecido aos 57 anos de idade no dia 6 de dezembro de 1976, em Mercedes Corrientes, Argentina.
Foi candidato a governador do Estado da Paraíba nas eleições de 3 de outubro de 1955, Flávio Ribeiro Coutinho (médico, industrial, banqueiro e político), natural de Pilar/Paraíba, nascido em 20 de julho de 1882, e falecido em 26 de maio de 1963, no Rio de Janeiro. Eleito e tomou posse em 31 de janeiro de 1956, no cargo de governador da Paraíba, tendo se ausentado por motivos de saúde em dezembro de 1957 para se tratar no Rio de Janeiro, passando o cargo interinamente para o vice governador Pedro Moreno Gondim, conforme MAIA (1977, p.202). A candidatura de Flávio Ribeiro em 1955, foi viabilizada através do protocolo de pacificação, firmado na Vila Operária Tibiri, na residência do industrial Virginio Veloso Borges, presidente do Partido Libertador e proprietário da CTP – Companhia de Tecidos Paraibana. Assinaram e cumpriram o acordo Argemiro de Figueiredo, pela UDN, e Ruy Carneiro, pelo PSD. Ressaltamos que “o povão não gostou do acordo, tendo o advogado Renato Teixeira Bastos surgido como candidato de protesto, obtendo, porém, inexpressiva votação”, conforme Luiz Hugo (2003) em conferência sobre os 80 anos do historiador Joacil de Brito, no IHGP. Assim sendo, teve como adversário Renato Teixeira Bastos (advogado), candidato do pequeno PST – Partido Social Trabalhista, criado em 1946 por dissidentes do PTB-Partido Trabalhista Brasileiro, e extinto em 1965, pelo Ato Institucional nº 2.
Santa Rita recebeu no dia 20 de julho de 1957, a visita oficial do seu Governador Estadual, pena que em dezembro de 1957, diante do afastamento para tratamento de saúde no Rio de Janeiro do governador Flávio Ribeiro Coutinho, o vice governador Pedro Moreno Gondim (advogado e político), nascido em 1 de maio de 1914, natural de Alagoa Nova/PB e falecido em 26 de julho de 2005, em João Pessoa/PB, assumiu a interinidade até 1960, quando se afastou do referido cargo para ser candidato a governador da Paraíba, sendo sucedido pelo deputado José Fernandes de Lima, Presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, tendo como adversário o seu antigo aliado José Janduhy Carneiro. Foi eleito governador para o período de 1961 a 1966 quando entregou o governo a João Agripino Filho. E Santa Rita perdeu com o afastamento em dezembro de 1957 o seu eterno governador Flávio Ribeiro Coutinho, oportunidade única para resolver seus antigos problemas de saúde, educação, industrialização, infraestrutura, dentre outros problemas locais, algo parecido com o ditado popular que “o cavalo não passa selado duas vezes na mesma porta”, assim como o mito de que “o raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, enquanto isso Santa Rita e o seu povo aguarda solução para seus problemas básicos que dependem direta e indiretamente da gestão pública estadual. Nossa terra não tem sucesso com seus homens públicos quando no exercício de mandato de chefia no Poder Executivo Estadual, basta tomar como exemplos: José Teixeira de Vasconcellos, o Barão de Maraú, que foi Presidente (Governador) da Paraíba na condição de segundo vice presidente no período de 22 de abril a 01 de novembro de 1867, nada fez em particular a favor de nossa terra; o mesmo aconteceu com o Padre Manoel Gervasio Ferreira da Silva, que foi segundo vice governador do Estado da Paraíba de 22 de outubro de 1900 a 22 de outubro de 1904, não assumiu o poder executivo estadual um minuto se quer e também nada trouxe para nossa comunidade com o uso do dinheiro público; e por fim uma trombose retirou o governador Flávio Ribeiro Coutinho da cadeira de governador com menos de um ano de ter assumido o referido cargo em dezembro de 1957, seu sucessor o vice Pedro Gondim, apenas manteve os serviços essenciais funcionando em nossa terra e investimentos praticamente nada trouxe para acelerar o nosso desenvolvimento social, financeiro e econômico.
REFERENCIAS
AGUIAR, Francisco de Paula Melo. O protocolo de Tibiri. 24/10/2015. Acessível In.: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5425458> .Acessada em: 05. Ago.2016.
GUIMARÃES, Luiz Hugo. Joacil Pereira – 80 anos. João Pessoa:IHGP, 2003. Acessível in.:< http://www.ihgp.net/luizhugo/joacil.html#sdfootnote1anc >. Acessada em: 5.Jan.2016.
MAIA, Sabiniano. Flávio Ribeiro Coutinho – História de uma vida e de uma época – 1882-1963. João Pessoa:A União Cia Editora, 1977.