Como escrever sua história pessoal e familiar
Dias desses fui convidada para um evento religioso, no qual eu falaria sobre como escrever sobre nossa própria história e de nossos familiares. Foi um momento em que pude refletir sobre a importância de mantermos registros para nossa posteridade.
Muitas pessoas que não estão habituadas à tarefa de escrever acabam ficando confusas e preocupadas. Como vou escrever? Não tenho talento para a escrita! Se eu tivesse mais tempo... São algumas das desculpas usadas para procrastinarmos o início de se colocar no papel (ou virtualmente, em blogues) um pouco da nossa história.
Pensamos que só pessoas que passaram por momentos estarrecedores, como Anne Frank ou Malala, são dignas de escrever e deixar registrado um pouco de suas vidas. Ainda bem que Anne Frank escreveu seu diário. Ela não pensou: o que eu vou ter para contar, já que estou confinada em um cubículo, escondida com minha família? Ainda bem que ela não pensou que não tinha nada de interessante para escrever durante aqueles dois anos em que ficou escondida com sua família e mais outros estranhos. Hoje temos uma poderosa testemunha desse tempo cinzento e triste da história da humanidade.
Há alguns anos, comecei um projeto ousado: escrever a história de minha avó em um livro. Resolvi que ia fazer várias entrevistas com ela, saber mais de sua vida, buscar fotos, documentos e tudo mais que pudesse me ajudar a colocar no papel todo amor e admiração que eu sentia por aquela mulher. Tendo escrito diários desde que eu tinha onze anos, talvez não fosse tão difícil assim para mim. Afinal, amo escrever!
Quando meu filho fez seis meses, comecei a escrever para ele. São cartas ocasionais, escritas com muito amor em um caderno grande, desses com capa preta. Geralmente eu escrevo em um final de semana, quando tenho mais tempo. Gosto de anotar coisas que ele diz, conversas que partilhamos. Incluo algumas fotos, ingressos de espetáculos e algumas preciosidades para nós dois. Pretendo entregar a ele quando ele completar dezoito anos. Faço disso uma das prioridades dentro da minha agenda corrida.
Aprendemos a escrever, escrevendo. Simples assim. Não precisamos ter medo do papel em branco. Mas, claro que algumas coisas ajudam a saber sobre o que escrever. Nesse encontro religioso, propus uma atividade de quebra-gelo que foi muito proveitosa: as pessoas precisavam contar histórias a partir de pequenas sugestões em papeis que estavam em um baú. Eu só pretendia fazer uma dinâmica para descontrair e fazer as pessoas falarem mais de si espontaneamente, mas acabei descobrindo que aquelas pequenas “provocações” serviam para abrir o baú de memórias para que as pessoas pudessem compartilhar suas histórias, muitas das quais elas mesmas não sabiam que estavam trancadas nesse baú afetivo.
Então, decidi compartilhar neste artigo algumas dessas sugestões, a fim de que você possa levar adiante seu projeto de escrever sobre você e sua família, contando sua história pessoal e familiar com muito mais facilidade. Veja algumas dessas ideias:
Escreva sobre um sonho – pode ser um sonho que sempre se repete ou um sonho no sentido de um desejo, uma meta a ser alcançada.
Descreva um momento inesquecível em sua vida, dando os detalhes da época, do que aconteceu e por que se tornou inesquecível.
Fale sobre o pior momento de sua vida e o que aconteceu, bem como de que forma você superou o que aconteceu.
Revele um segredo...
Diga coisas sobre seu melhor amigo, um herói em sua vida, um livro marcante, uma música que te toca até hoje, um momento que ficou gravado na memória, um professor inesquecível.
Conte sobre quando você era criança, o que fazia, brincava, sentia.
Fale sobre uma palavra, um parente, um poema, um filme favoritos.
Diga mais sobre sua comida favorita, uma sobremesa, uma festa, uma celebração.
Escreva sobre três desejos que gostaria de poder realizar agora, um ato de bondade que praticou, recebeu ou presenciou.
Conte algumas coisas engraçadas, gafes. Fale de um milagre que tenha presenciado. Escreva sobre suas metas e o que tem feito para alcançá-las. Abra seu coração e fale das despedidas em sua vida.
Não se importe se o português não está perfeito (embora sempre é bom melhorar na escrita). Não ligue se a letra no caderno não parece tão desenhada, desde que esteja legível. Não tenha como foco quantos seguidores aparecerão no seu blogue ou se seu texto será mundialmente conhecido.
A melhor dica, sugestão, conselho ou mandamento que posso dar é que, sobretudo, você reserve um tempo hoje na agenda. Sente-se. E escreva. Escreva. Escreva.
O caderno da minha avó está vazio. Esperei demais pelo tempo ideal, momento propício, o corre-corre parar. Mas, ela se foi. O tempo dela era outro. E eu não escrevi a história da minha avó porque, talvez, eu estivesse em busca da perfeição ao invés de, simplesmente, buscar o que se passava em seu coração.
Então, por favor, apenas comece e escreva sua história pessoal e familiar. Agora. Porque o tempo não vai esperar por você .
Dias desses fui convidada para um evento religioso, no qual eu falaria sobre como escrever sobre nossa própria história e de nossos familiares. Foi um momento em que pude refletir sobre a importância de mantermos registros para nossa posteridade.
Muitas pessoas que não estão habituadas à tarefa de escrever acabam ficando confusas e preocupadas. Como vou escrever? Não tenho talento para a escrita! Se eu tivesse mais tempo... São algumas das desculpas usadas para procrastinarmos o início de se colocar no papel (ou virtualmente, em blogues) um pouco da nossa história.
Pensamos que só pessoas que passaram por momentos estarrecedores, como Anne Frank ou Malala, são dignas de escrever e deixar registrado um pouco de suas vidas. Ainda bem que Anne Frank escreveu seu diário. Ela não pensou: o que eu vou ter para contar, já que estou confinada em um cubículo, escondida com minha família? Ainda bem que ela não pensou que não tinha nada de interessante para escrever durante aqueles dois anos em que ficou escondida com sua família e mais outros estranhos. Hoje temos uma poderosa testemunha desse tempo cinzento e triste da história da humanidade.
Há alguns anos, comecei um projeto ousado: escrever a história de minha avó em um livro. Resolvi que ia fazer várias entrevistas com ela, saber mais de sua vida, buscar fotos, documentos e tudo mais que pudesse me ajudar a colocar no papel todo amor e admiração que eu sentia por aquela mulher. Tendo escrito diários desde que eu tinha onze anos, talvez não fosse tão difícil assim para mim. Afinal, amo escrever!
Quando meu filho fez seis meses, comecei a escrever para ele. São cartas ocasionais, escritas com muito amor em um caderno grande, desses com capa preta. Geralmente eu escrevo em um final de semana, quando tenho mais tempo. Gosto de anotar coisas que ele diz, conversas que partilhamos. Incluo algumas fotos, ingressos de espetáculos e algumas preciosidades para nós dois. Pretendo entregar a ele quando ele completar dezoito anos. Faço disso uma das prioridades dentro da minha agenda corrida.
Aprendemos a escrever, escrevendo. Simples assim. Não precisamos ter medo do papel em branco. Mas, claro que algumas coisas ajudam a saber sobre o que escrever. Nesse encontro religioso, propus uma atividade de quebra-gelo que foi muito proveitosa: as pessoas precisavam contar histórias a partir de pequenas sugestões em papeis que estavam em um baú. Eu só pretendia fazer uma dinâmica para descontrair e fazer as pessoas falarem mais de si espontaneamente, mas acabei descobrindo que aquelas pequenas “provocações” serviam para abrir o baú de memórias para que as pessoas pudessem compartilhar suas histórias, muitas das quais elas mesmas não sabiam que estavam trancadas nesse baú afetivo.
Então, decidi compartilhar neste artigo algumas dessas sugestões, a fim de que você possa levar adiante seu projeto de escrever sobre você e sua família, contando sua história pessoal e familiar com muito mais facilidade. Veja algumas dessas ideias:
Escreva sobre um sonho – pode ser um sonho que sempre se repete ou um sonho no sentido de um desejo, uma meta a ser alcançada.
Descreva um momento inesquecível em sua vida, dando os detalhes da época, do que aconteceu e por que se tornou inesquecível.
Fale sobre o pior momento de sua vida e o que aconteceu, bem como de que forma você superou o que aconteceu.
Revele um segredo...
Diga coisas sobre seu melhor amigo, um herói em sua vida, um livro marcante, uma música que te toca até hoje, um momento que ficou gravado na memória, um professor inesquecível.
Conte sobre quando você era criança, o que fazia, brincava, sentia.
Fale sobre uma palavra, um parente, um poema, um filme favoritos.
Diga mais sobre sua comida favorita, uma sobremesa, uma festa, uma celebração.
Escreva sobre três desejos que gostaria de poder realizar agora, um ato de bondade que praticou, recebeu ou presenciou.
Conte algumas coisas engraçadas, gafes. Fale de um milagre que tenha presenciado. Escreva sobre suas metas e o que tem feito para alcançá-las. Abra seu coração e fale das despedidas em sua vida.
Não se importe se o português não está perfeito (embora sempre é bom melhorar na escrita). Não ligue se a letra no caderno não parece tão desenhada, desde que esteja legível. Não tenha como foco quantos seguidores aparecerão no seu blogue ou se seu texto será mundialmente conhecido.
A melhor dica, sugestão, conselho ou mandamento que posso dar é que, sobretudo, você reserve um tempo hoje na agenda. Sente-se. E escreva. Escreva. Escreva.
O caderno da minha avó está vazio. Esperei demais pelo tempo ideal, momento propício, o corre-corre parar. Mas, ela se foi. O tempo dela era outro. E eu não escrevi a história da minha avó porque, talvez, eu estivesse em busca da perfeição ao invés de, simplesmente, buscar o que se passava em seu coração.
Então, por favor, apenas comece e escreva sua história pessoal e familiar. Agora. Porque o tempo não vai esperar por você .