Renan Calheiros e a enganadora pele de cordeiro.

O descrédito moral atribuído à classe política nacional, embora seja reconhecido desde a época de Cabral, vem se acentuando na última década, devido à constatação de escandalosos esquemas de corrupção e roubo do erário público, sem contar com a lavagem do dinheiro desviado de estatais e entidades privadas, onde se encontram executivos que pactuam com esse crime.

As escabrosas notícias, veiculadas por toda a mídia de nosso País, evidenciam personalidades diferentes na atuação dolosa dos inescrupulosos cidadãos, alguns dos quais se preocupam em resguardar-se por trás de peles de cordeiro quando, na realidade, não passam de lobos maquiavélicos.

Assim é o escandaloso caso envolvendo o nome do então respeitado e incólume presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, conforme consta de extensa, clara e objetiva matéria publicada pela Revista VEJA, em sua edição nº 2013, de 20 deste mês.

O senador envolveu-se em trama armada com o empresário e lobista Cláudio Contijo o qual, segundo denúncia, pagou à jornalista Mônica Veloso, mãe da filha de Renan, o valor relativo à pensão alimentícia, de quase dois anos. Tentando livrar-se do afastamento do cargo, bem como do processo de cassação de seus direitos políticos, o denunciado está articulando com aliados no sentido de que o vexatório caso seja abafado, ou arquivado. Para tanto, vem obtendo documentos que comprovem a procedência do dinheiro em questão, ou seja, que tenha saído de suas contas pessoais.

De acordo ainda com a reportagem da VEJA, o Conselho de Ética do Senado se empenha a fundo visando manter Renan em sua função atual, apesar de o desgaste ser grande.Vergonhosa e ignóbil decisão de arquivar a ocorrência, antes de ser iniciada a investigação, chegou a ser viabilizada pelo senador Epitácio Cafeteira, o qual concluiu que o acusado não praticou atos que maculassem o decoro parlamentar.

Diante da lamentável realidade, venho mais uma vez, abatido pelas injustiças sociais em nosso querido Brasil, aguardar ansioso que, uma vez comprovada a culpabilidade do “digníssimo”senhor Calheiros, seja o mesmo banido da esfera política brasileira, definitivamente. Até lá, deixo registrado o meu repúdio por toda essa farsa.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 25/06/2007
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