ATUAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
PALAVRAS DE VIDA
ATUAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
Pastor Serafim Isidoro.
NO PRINCÍPIO...
Definimos a eternidade como sendo um circulo fechado, onde as ações de Deus, as ações da Trindade se repetem de maneira infinita, já que tal círculo seja indefinido na sua dimensão. Essa figura de linguagem procura entender onde inicia o chamado TEMPO, época presente, que teria tido o seu principio dentro desse círculo eterno. Se entendermos a Trindade (Deus) como no centro do referido "circulo" da eternidade, poderemos então admitir a declaração teológica dos ONIs: a Trindade é, em suas três distintas, mas unidas pessoas, onisciente, onipresente e onipotente. A Trindade, sendo espiritual, tudo sabe; está em todo lugar e tem todo poder, de maneira absoluta. A Trindade tem o poder exclusivo, inclusive, de criar ou gerar do nada - ex-nihil - (latim) - "bârâ" (no texto hebraico). Em um ponto desse imenso círculo que aqui denominamos eternidade, a Trindade propôs criar mais uma história, dentre outras que teriam sido iniciadas e terminadas dentro de tal imensa figura (o "circulo"). Chamamos esta, a história do Tempo. É a nossa história. É o desenrolar de acontecimentos que têm a sua origem, o seu início, não no livro bíblico do Gênesis, mas que é, ainda, anterior à declaração ali feita no capítulo primeiro e versículo um: "no princípio criou Deus os céus e a terra". O início dessa era que estamos denominando tempo teria acontecido em uma reunião da Trindade, definida em alguns textos bíblicos esparsos, porém coerentes, onde se declara que "Deus assiste na congregação divina; no meio dos Deuses estabelece o Seu julgamento" - Salmo 82.1; "Deus é sobremodo tremendo na assembleia dos santos" - Sl. 89.7 - "Porque quem esteve no conselho do Senhor e ouviu a Sua palavra..." Daí, se considerarmos a Trindade como uma pirâmide, esta teria como seu ápice a pessoa do Pai, a quem denominamos também como Deus, figura administrativa, julgadora, coordenadora sobre os demais participantes dessa mesma pirâmide, como sejam o Logos - Verbo, Palavra, e o Espírito - Espírito Santo, Espírito de Deus. Teria sido estabelecida nessa memorável reunião (conselho) a criação do Tempo e a criação de anjos, de autoridades, de principados, de senhorios, de espíritos; a criação do homem, da mulher, do mundo e de tudo o que participa dessa tão grande dispensação que apesar de ser por nós considerada como imensa, é apenas um pequeno ponto na visão de uma eternidade deste "circulo" que comporta o que aprouver a Trindade realizar. Como prioridade nesse plano estaria o estabelecimento do que teologicamente denominamos "livre arbítrio". Haveria liberdade de escolha, num sentido amplo, para os seres que seriam, então, criados. O homem e a mulher, entretanto, teriam além de tal livre arbítrio, a imagem e a semelhança de Deus, fato exclusivo da criação e neste tão inclusivo plano. A pré-ciencia (presciência) da Trindade detectou, mesmo antes de tudo, quedas em virtude de tal liberdade de escolha. Muitos anjos cairiam. O ser humano cairia. A rebeldia conscientemente escolhida alcançaria esses seres que se tornariam desobedientes aos ditames da divindade. Mediante tais fracassos, tal distorção, seria necessário que a Trindade intervisse no sentido de uma recuperação, de uma restauração no que tange ao ser humano. A própria natureza, que vulgarmente chamamos "natureza inanimada", "natureza morta" necessitaria de uma reforma, já que a queda desse ser humano a afetaria de tal maneira que ela seria amaldiçoada: "Maldita é a terra, por tua causa - (Adão)" - Gn. 3.17. Embora o ápice, da figurada pirâmide, fosse Deus o Pai, a participação do Espírito seria indispensável principalmente na dispensação da Igreja, a obra central de toda história cujo Verbo, o Logos, o Palavra – (Logos no grego koinê é palavra do gênero masculino) - que haveria de vir ao mundo, deixando de lado a Sua glória, a Sua posição como Deus. "Ele, Jesus, não teve por usurpação o ser igual a Deus, mas esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a forma de escravo – doulos – tornando-se semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." - (Escreveu Paulo apostolo na carta enviada aos Filipenses, no capítulo três e versículos sétimo e oitavo). Ele Jesus encarnou, tornando-se figura humana e pôde resgatar o que se teria perdido dentro desse grande plano concebido, avalizado e executado pela Trindade. Jesus disse: "O meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" - Jo. 5.17. O escritor da carta aos Hebreus assim expressa: "Por isso, ao entrar no mundo diz: sacrifício e ofertas não quiseste; antes, corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então disse: eis aqui estou; no rolo do livro está escrito a meu respeito, para fazer ó Deus a Tua vontade"... - "Nessa vontade temos sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas" - Hb. 10.10.
O ESPÍRITO SANTO
Sem sombra de dúvida, a primeira atuação entre nós, do Espírito a quem denominamos: Espírito Santo, Espírito de Deus, Espírito, Espírito do Senhor, Espírito Consolador, Espírito de Vida, Espírito da Verdade, etc., é a citação no livro Gênesis, livro da criação, colocado no início das diversas ramificações que creem - ou não - na Doutrina da Trindade. "O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas" - Gn. 1.1. - (Bíblia Hebraica, Tradução por Davi Gorodovitz e Jairo Fridlin - Editora Sefêr - Primeira reimpressão revisada - Janeiro, 2.007). "E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas..." - Gn. 1.1 – (Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD - Texto da Soc. Bíblica do Brasil - 1.995). "And the Spirit of God moved upon the face of the waters" – (King James Version - June, 1976). "And the Spirit of God was moving over the surface of the waters"... – (New American Standard Bible - NIV - Zondervan Publishing House - Ed. 1984). "Kai pneuma Theou epefereto epanô tou hidatos" – (Septuaginta - Regence Reference Library - Zondervan Publishing Home - Michingan. Objeções foram feitas quanto à citação do Espírito nestas passagens, argumentando-se serem referências ao vento que Deus teria colocado sobre as águas que estavam sobre a face do abismo. Teria então o Espírito - e não apenas um sopro, um vento, um movimento de moléculas de ar, vindo de Deus - assumido uma posição de vigilante, de espectador, conservador de um estado a que, acreditamos, durou tempos, séculos, eras inomináveis?... Para examinarmos o exposto, será necessário, em primeiro lugar, definirmos à luz das sagradas escrituras, o que - ou Quem - seja o Espírito Santo:
A TRINDADE
Trindade é doutrina concebida no Concílio de Nicéia, 325 d.C., em conseqüência da heresia Ariana que se espalhava pelo mundo cristão. A Trindade define-se como constituída de três pessoas distintas: Pai, Filho, Espírito Santo. Dogmatizou-se tal definição, de sorte que a Reforma Protestante, as igrejas evangélicas e até as igrejas pentecostais a adotam. Quando falamos de Trindade, estamos nos referindo ao Deus Tri Uno em relação à História, isto é, ao tempo, à nossa época conhecida desde Adão. Entretanto, a Trindade vem de uma eternidade passada que antecede a época adâmica e até mesmo a época da fundação do mundo. A Trindade é existente antes do que definimos como Tempo e nessa acepção não poderia ela ter como seu participante o Filho, já que Este só passou a existir – corpo - a pouco mais de dois mil anos e sendo um homem como todos os demais, gerado da união espermatozoide / óvulo. Ele é "o filho do homem", denominação que O identifica aos seres humanos, entrando legitimamente no mundo de maneira natural, excetuando-se somente o milagre da inseminação feita pelo Espírito Santo em uma virgem. Teológica e historicamente é definida a Trindade como sendo um mistério, o que realmente não o é, uma vez entendida a devida interpretação lógica das sagradas escrituras. Como já dito, em ocasional época no eterno passado, em um tempo em que não havia o tempo, ter-se-ia reunido a Trindade composta das distintas pessoas do Pai, do Logos (Verbo) e do Espírito Santo, para planejar o tempo, a era dos anjos e depois, os seres humanos - o homem, a mulher. "Deus assiste na congregação divina; no meio dos Deuses estabelece o Seu julgamento" - Sl. 82.1 - "Então disse: eis aqui estou para fazer, ó Deus, a Tua vontade"- Hb. 10.9. "O Cordeiro de Deus foi morto antes da fundação do mundo" - Ap. 13.8 - "Corpo me formaste" - Hb. 10.5. No planejamento de todas as coisas, no tempo agora existente, a Trindade estabeleceu a redenção, a compra por preço de sangue, o resgate da raça humana que cairia, produzindo um segundo Adão, representante de toda essa raça. Aí a encarnação do Logos, a encarnação do Verbo, que desvestindo-se de Sua divindade, tomasse a forma humana, humilhando-se até a morte, e morte de cruz - Fp. 2.8. "No princípio era o Logos - o Verbo" escreveu o evangelista João. Não disse que fosse Jesus, já que o princípio do tempo sucedeu a tal eternidade. O Logos não é homem; o Logos é o Espírito eterno da segunda Pessoa da Trindade que é constituída pelo Pai, pelo Logos e pelo Espírito Santo. - O Logos é Deus. Mas Jesus é o Filho. Seu espírito é o Logos. Seu corpo, entretanto, é homem vindo ao mundo como qualquer mortal. A semelhança que ha entre Ele e o Pai está no Seu espírito, em Sua natureza espiritual, de sorte que dizia: "Eu e o Pai somos um". Os milagres por Ele efetuados são oriundos da poderosa Unção do Espírito Santo, a qual recebeu em Seu batismo, sendo que Deus o Ungiu com óleo de alegria mais do que aos demais. Ele é o segundo Adão - escreveu o apostolo Paulo. Veio para redimir a raça humana caída, vendida ao pecado e entregue à morte. A Trindade trabalha e se envolve na redenção do ser humano. Por isto há alegria no céu por um pecador que se arrepende. Sendo o Espírito Santo o terceiro Ser dessa Trindade, individual como pessoa e por nós dito Terceira Pessoa por causa da colocação na ação proposta pela Divindade, como seja: "O Pai cria, o Filho redime e o Espírito Santo santifica". A presente dispensação denominada Dispensação da Graça pode ser compreendida como a Dispensação do Espírito Santo, que veio para estar conosco e em nós, desde o memorável dia Pentecoste. A Doutrina Trinitariana professa que o conceito de um só Deus, onipotente, onisciente e onipresente - Teoria dos ONIs - revelado em três Pessoas distintas, pode-se depreender de muitos textos da Bíblia. Um dos exemplos mais referido é o relato sobre o batismo de Jesus, no qual as três Pessoas da Trindade se fazem presentes, com a descida do Espírito em forma de uma pomba sobre Jesus e com a voz do Pai dizendo: "Este é o meu Filho amado em quem me comprazo - Mt. 17.5. E na formula referida da ordem em Mt. 28.19: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as gentes, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Trindade é um termo teológico, já que não é encontrado, nas sagradas escrituras, como tal. É este termo uma inferência dedutiva de diversas citações bíblicas que auferem divindade às três Pessoas mencionadas. Quanto ao Espírito Santo, as escrituras sagradas citam-No como: Onipresente - Sl. 139.8. - Onisciente I Co. 2.10-11 - Onipotente At. 5.3-4 / I Co. 12.11. São estas prerrogativas divinas - e somente divinas - que nos mostram que o Espírito Santo é Deus. Ele é uma pessoa. Paulo, o apóstolo, escreve: "E não entristeçais o Espírito Santo" - Ef. 4.30. Entristecer-se ou alegrar-se não podem ser características do vento. O Espírito Santo é mais do que um vento, uma pomba, um fogo. Ele é a Terceira Pessoa da Trindade Santa - ou, como disseram os teólogos patrísticos, ou os medievais, ou até mesmo os hodiernos: "A Santíssima Trindade". Embora possa Ele exercer influência: "E quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" - Jo. 16.8, não é meramente uma influência, ou uma virtude, ou uma energia. Todas estas forças e aplicações Ele pode demonstrar, porém Ele é uma pessoa distinta, na acepção de uma pessoa separada, individual. Servir de instrumento a um Deus, como o Espírito Santo, é estar à disposição da própria Trindade: "O Espírito de meu Pai será Quem falará em vós" - Mt. 10.20. A presente dispensação do Espírito Santo, como a conhecemos, cessará com a volta de Jesus para arrebatar a Igreja: "Havendo línguas, cessarão" - I Co. 13. 8. Durante a próxima dispensação que será a da Tribulação, a atitude do Espírito Santo não mais será tão ampla quanto agora. Naquele período haverá uma multidão de salvos e, apesar das perseguições e dos martírios haverá salvação, o que não podemos deixar de atribuir à atuação do Espírito Santo, pois anteriormente à nossa dispensação o Espírito já esteve aqui, agindo em homens e mulheres especiais. Ele esteve com eles. Mas, na atual dispensação, Ele atua em nós: "outos en autois" - Jo.14.17. Terminada tal dispensação da Tribulação, mudadas as circunstâncias físicas, terrestres, e humanas, o Tempo do Milênio terá lugar, onde o Espírito Santo atuará como nunca, num verdadeiro e literal derramamento sobre toda carne então existente, efusão esta vaticinada pelo profeta Joel e parcialmente cumprida no dia Pentecostes, em Jerusalém. A plenitude - plêroma - a totalidade da glória da Trindade terá lugar no Milênio, do qual cantaram em esperança os antigos profetas e os Serafins mencionados no livro Is. 6.6. O Espírito Executor da Divindade - expressão esclarecedora - totalmente agirá na restauração de todas as coisas. "E o Espírito e a Noiva - a cidade de Jerusalém - dizem vem!...E quem quiser venha e tome de graça da água da vida"- Ap. 21.9.
A TEOLOGIA TRINITARIANA
A teologia cristã tem o seu início no século terceiro dC. Com o imperador Constantino, que vê a necessidade de uma codificação da religião que até então parecia dispersa nos seus vários escritos apostólicos e em uma tradição apenas verbal. Além do Didachê (Ensino dos Apóstolos - II século) seriam necessários manuais de doutrina, catecismos de credos e de dogmas. A primeira formulação dogmática do pensamento teológico cristão triunitário, no que concerne à relação entre cada uma das três Pessoas divinas, foi postulado como um artigo de fé pelo Credo de Nicéia, proclamado em 325 d.C., durante o Concílio de Nicéia realizado para dirimir as questões levantadas por Ário, que negava a divindade plena do Filho, bem como pelo primeiro Concílio de Constantinopla realizado em 381 d.C. que em oposição aos pneumatólogos, afirmava a plena divindade pessoal do Espírito Santo. Tal declaração foi depois apresentada no Credo de Atanásio, depois de 500 d.C. Estes credos foram progressivamente formulados e ratificados pela Igreja dos séculos III e V em relação a noções, algumas delas envolvendo a natureza da Trindade, a posição de Cristo nela e a divindade pessoal do Espírito. Tais como as do Arianismo, do Docetismo, do Modalismo e a dos Pneumatômacos - nome dado àqueles que negavam a divindade pessoal da terceira Pessoa da Trindade – e que foram depois declaradas como heréticas na medida em que atentaram contra o essencial da Revelação. Estes credos foram mantidos não só nas Igrejas Católica e Ortodoxa, mas também de algum modo, pela maioria das Igrejas Protestantes, sendo inclusive citados na liturgia de Igrejas Luteranas e Igrejas Reformadas.
O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO
A efusão, o derramamento do Espírito Santo sobre os judeus, é profecia de Joel, lá pelos oitocentos e trinta e cinco anos antes do Cristo e indica uma ditosa ocasião (o Milênio) em que o Espírito, terá uma atuação vivificadora. O Espírito Santo é visto no Pentecoste como línguas de fogo que purificaria os apóstolos e discípulos de Jesus e que santificará Israel em sacerdotes, levitas, e adoradores de Deus destacados dentre todas as nações do mundo. Mas, tal derramamento atingirá também os chamados gentios, povos não judaicos - "derramarei o meu Espírito sobre toda carne" - porque naquela época estes estarão debaixo da tutela do Cristo, tutela do Ungido, sob a benção de Jesus de Nazaré. O texto hebraico do profeta Joel é traduzido em nossas Bíblias e na tradução judaico-português, edição "SÉFER", como contendo tal texto escrito: "Derramarei o meu Espírito sobre toda carne". (Tal expressão "derramar" já anula o pensamento discutido no início desta dissertação, de que o Espírito seria o vento de Deus soprando sobre a face das águas, no primeiro capítulo do livro Genesis. Vento não se "derrama" - como na linguagem expressiva do profeta Joel. O Espírito Santo não é um vento ou uma energia apenas. Ele é uma Pessoa com toda liberdade de ação. Interpretando esta profecia, no dia Pentecostes em Jerusalém o apóstolo Pedro declarou: "O que ocorre é o que foi dito pelo Profeta Joel: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei DO meu Espírito - ekcheô apo tou pneumatos mou epi pasan sarka" = derramarei DO Espírito meu sobre toda carne" - At. 2.17 - Indica o derramamento, a presença atuante de purificação como fogo, vinda da Pessoa do Espírito Santo - "do meu Espírito" - sobre o então Israel e sobre as demais nações do mundo. O texto de Joel não especifica claramente a atuação como sendo purificadora, vinda da parte do Espírito Santo, porém Pedro, o apóstolo, o faz. É que a revelação de Deus é sempre progressiva e vista de maneira mais detalhada à medida que se aproxime o seu cumprimento. Derramar "o" Espírito não é derramar "do" Espírito. As atuações do Espírito Santo registradas através das Escrituras são várias nos seus símbolos, alegorias e poderosos efeitos. O vento varre, o fogo purifica, o som conclama, a pomba indica pureza, etc. A ação do Espírito Santo sobre a vida humana é diversificada em suas finalidades. Claramente o Senhor, Jesus, fez saber a Seus aprendizes que quando o Espírito viesse, convenceria o mundo (leia-se: o ser mundano) do pecado, da justiça e do juízo.
O ESPÍRITO QUE CONVENCE
A ação de convencimento do Santo Espírito penetra até a divisão da alma e do espírito daquele cujo coração é endurecido a respeito da santidade e da pureza de Deus em relação à vida pecaminosa e de transgressão que tal pessoa vive. O convencimento pressupõe uma mudança de convicção a respeito de si mesmo, um agravamento do julgamento próprio, uma dor íntima pelo estado agora revelado, um arrependimento. Argumentos humanos são insuficientes para produzir esta tão profunda convicção. É da natureza humana uma espécie de escudo natural no que tange a condenações quanto a sua própria pessoa. Tal escudo é benéfico psicologicamente no relacionamento humano. De outra sorte, o homem não seria dinâmico, criativo, transacional. Porém, no que se refere a Deus, tal escudo precisa ser rompido a fim de que o verdadeiro estado espiritual desse homem seja a ele exposto, como que em uma radiografia, para que possa retornar à sensatez e sentir-se diante de um Ser superior. Sem tal convicção, ninguém se arrepende de nada. Só o Espírito Santo pode convencer o homem acerca do pecado. Continuando Sua explanação acerca do Espírito Santo o Mestre diz, aos aprendizes, que O Espírito convenceria do pecado de não crer Nele. A incredulidade é, ao lado do orgulho – os dois estão entranhados – o principal pecado da humanidade. Deus enviou Seu filho ao mundo para que o mundo fosse salvo por Ele. Ele veio para o que era Seu e os Seus não O receberam. Ele então declara que quem tem o Filho, tem a vida; mas o que se mantém rebelde contra o Filho, a ira de Deus sobre este permanece. Tal incredulidade é removida quando a convicção trazida pelo Espírito Santo conduz o pecador a uma atitude de penitência diante de Deus. O homem se curva, ajoelha-se perante a majestade divina, reconhecendo-se pobre, cego e nu. O Espírito Santo, disse o Mestre, convence, também, da justiça. Para o ser humano reconhecer que o caráter de Deus tem diversas facetas, como em um diamante; que Ele não é apenas amor, e também misericórdia, compaixão, bondade; mas que é, inclusive juiz, justiceiro, executor das conseqüências do que o homem faça; inimigo do pecado e da transgressão – em suma: justo, dando a paga a cada um pelos seus atos e palavras. Tudo o que o homem semear, isto mesmo ele ceifará. Convencer de que a justiça de Deus se executa com equidade é missão do Espírito Santo. De um momento para outro o pecador passa a entender a grandeza e a santidade do Deus que fez todas as coisas. Ainda o Mestre ensinou que o Espírito Santo convence do juízo. Do julgamento final onde, ressuscitado, de corpo alma e espírito após haver morrido, o ser humano comparecerá diante do trono branco revelado no livro Apocalipse, a fim de receber a sentença condenatória de uma vida indigna que viveu perante os ditames divinos. Tal revelação é feita pelo Espírito Santo. Nenhum filme, nenhuma pregação humana, nenhum conselho pode vazar aquele escudo protetor da natureza do homem. Só o Espírito Santo o faz.
Só Jesus.
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