Introdução ao Budismo

O Budismo teve sua origem no norte da Índia, durante o século V a.C.

quando o Buda Histórico, Sidhartha Gotama atingiu o estado de suprema introspecção nos mistérios da vida, conhecido como iluminação. A partir deste momento Buda iniciou a transmissão de seus ensinamentos através de uma linhagem de 28 patriarcas, até finalmente chegar a Bodhidharma, que levou o Budismo para a China, no século VI d.C. Segundo a tradição a suprema introspecção de Buda foi transmitida de um indivíduo para outro, sem o intermédio de escrituras ou de qualquer ensinamento baseado em doutrinas. Por isso se diz de sua transmissão que se deu diretamente, como

uma espécie de comunicação feita de espírito para espírito. No entanto, ao mesmo tempo em que a referida mensagem de Buda era assim propagada, alguns seguidores iam se organizando em diferentes seitas, que podem ser reduzidas em duas divisões principais: o ramo Mahayana, ou grande veículo, e o ramo Hinayana, ou pequeno

veículo.

A diferença principal entre as duas correntes é o fato de que, enquanto ramo Mahayanico(1) estabelece e admite a propagação do Budismo por escritos e tratados metafísicos variados, o ramo Hinayanico(2) só o faz por intermédio do Cânone de Páli, ou

Tripitaka, que é um conjunto de ensinamentos éticos atribuídos ao próprio Buda Histórico. Assim, o budismo Hinayanico(2), ou Theravada ficou restrito ao sul da Ásia, notadamente Ceilão, Burma e Sião, enquanto que o ramo Mahayanico(1) penetrou o Norte chegando à China, Tibete, Mongólia, Coréia e Japão, onde se sedimentou fortemente como o Zen budismo.

A principal característica do Zen é o fato de ser uma disciplina mística que se aproxima muito do budismo primitivo, uma vez que propõe a chegada ao estado de profunda introspecção sem nenhum tipo de ritual ou escritura e que enfatiza a naturalidade e a espontaneidade como sendo a principal via para se atingir o conhecimento supremo da Iluminação, chamada, no âmbito do Zen, de Satori. Mas o que é principalmente importante ressaltar é que a referida disciplina mística vai influenciar fortemente, não apenas o Japão, mas toda a civilização do Extremo Oriente. E a esta influencia se fez sentir tanto na estética como nas artes militares.

Em termos estéticos a influencia do Zen vai chegar à arquitetura, à literatura e à pintura e em termos das artes militares vai influenciar o código cavalheiresco dos samurais, bem como as técnicas do Jiu-Jitsu e do Kenjutsu (esgrima). Logo o que era uma concepção sobre a existência, segundo um ponto de vista transcendentalista, acaba

por se converter em um variado número de representações capazes de marcar os diversos fazeres de uma civilização, cuja cultura é singular no mundo inteiro.

A fonte é uma dissertação de mestrado sobre a influência do zen budismo nos filmes de akira kurosawa. É interessantíssimo, quem quiser, me contate que eu envio o pdf.

Boris Becker
Enviado por Boris Becker em 21/09/2015
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