ROERAM NOSSO QUEIJO

ROERAM NOSSO QUEIJO

O prezado leitor talvez faça parte da legião de poupadores brasileiros que teve seu pouco dinheirinho surrupiado pelos bancos privados e não privados, quando da edição do Plano Bresser em 1987. Segundo a Defensoria Pública da União, o total surrupiado atinge R$ 1,9 trilhão!

O que também nos causa espanto é a total conivência e omissão de nossos governantes – de Sarney ao Lula – diante da trama engendrada nos subterfúgios do poder – não dá para pensar diferente – com o intuito de lesar quem trabalha, carregando nas costas, uma das mais altas cargas tributárias do mundo.

O Sr. João Paulo de Campos Dorini, Defensor Público, conseguiu uma importante vitória junto ao Tribunal Regional Federal – 3ª Região de São Paulo que, através de uma liminar concedida, que garante a reposição de perdas provocadas pelo Plano.

Como soe acontecer, os bancos, se tiverem de repor, alegarão a quebra do Sistema Financeiro Nacional – quem viver verá - e usarão de todas as possibilidades para postergarem o cumprimento do que é direito líquido do povo.

Foram vinte anos de silêncio e omissão. Na certa, pequenos sonhos de nossa humilde gente foram esquecidos. Sem dúvida, as ratazanas financeiras pariram milhares de roedores que se empanturram nas orgias e festas.

Uma boa prática de cidadania seria formar uma corrente nacional de apoio e de cobrança junto à Defensoria Pública da União (www.mj.gov.br/defensoria), a fim de que, uma tremenda crise de indigestão seja provocada naqueles que roeram nosso queijo e continuam roendo. Afinal, podemos proteger nosso queijo de duas maneiras: uma é ficar atento para conhecer e cobrar dos roedores – neste caso o Defensor Público já o fez; a outra é armar uma ratoeira.

Rui Azevedo

Economista e professor – 23.06.2007

www.ruiazevedo.com

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 23/06/2007
Reeditado em 24/06/2007
Código do texto: T538550