SOLIDÃO

SOLIDÃO

Hoje, por volta dás 18 horas e 30 minutos, me vi só e abandonado por todas as forças que atuam sobre nos e por minha prole. Não havia luz, faltou sem trovoada e se m ocorrência de nenhum evento da natureza. Estava eu reconstruindo os buracos abertos nas paredes do banheiro, próximo ao portão de entrada. Sentei no sofá de frente para a porta de entrada, que permanecia aberta. A escuridão, era total, passei a vivenciar a solidão. Vi-me, sem forças e capacidade de resolver os problemas que surgem a cada momento. Uma chuva fina e gélida iniciou sua caída na terra, neste local onde me encontrava o que me levou aprofundar mais em minha solidão.

Naveguei na situação de minha tontinha, aos poucos vai se descaracterizando, como aceitar tudo o que acontece, com uma alma que só tem objetivos em ajudar seus semelhantes e a todas as espécies de animais existentes em nossa natureza. O amor trasborda nesta alma, espontâneo e transparente. O porquê de tudo isto. Imaginei que se um dia viesse a precisar, que ela cuidaria de mim, contudo, sou eu, que com pouca paciência e aos trancos e barrancos vou tentando cuidar dela, que continua mantendo o pavio curto sobre minha alma, me pisando, me massacrando sem me dar o direito de expor minhas ideias. Contudo, aceito resignado, em pagamento por tudo que eu a fiz passar durante estes 49 anos de convivência em comum, tenho dúvidas se iremos comemorar nossas bodas de ouro em 28/11/2014, conforme previa. Ao falar com minha raspa de taxo, que eu não queria comemorar os meus 73 anos de vida, algo de uma força estranha me dizia para não comemorar esta data, insistia para que elas viajassem para Milho Verde, raízes de minha origem.

Assim aconteceram, as seis viajaram, contudo antes cantaram o parabém para mim com uma torta fria de maracujá. Cleusa queria me fazer uma surpresa, contudo melou pelo meu cansaço. Compreendo a situação de cada alma de minha prole, todos tem seus compromissos e afazeres, não podendo, dispensar a nos, vinte e quatro horas todos os dias de suas vidas cotidianas. Há como seria bom se: ele ainda estivesse por aqui, acredito que poderia estar ao nosso lado. Minha primogênita já não é mais a mesma, a idade esta chegando, minha raspa de taxo, longe e envolvida em seus problemas familiares, que não são poucos. Com os netos pouco podemos contar, por estarem envolvidos em seus ideais, afazeres e ilusões. Minha bisneta Clarinha, é uma alma especial e determinada construção de uma nova era de seres humanos. Ainda na flor da idade a qual verei transpassa-la, contudo com uma mentalidade fantástica e inigualável para minha compreensão.

Quando a luz artificial retornou, estava eu olhando para o chão da sala, com o olhar fixo em uma das cerâmicas, com a qual comecei a conversar. Senti-me um idiota neste dialogo, onde não obtinha respostas, nem tão pouco, soluções para meus problemas e meus dramas, elefantes brancos em minha mente. Tudo me leva a loucura fantasiosa e não existencial, fico a imaginar como serão os acontecimentos futuros os quais não desejo para mim e nem para minha prole. Estou me acabando só em pensar com o que aconteceram com os cinco gatos, após serem deixados sem nosso carinho e atenção dispensada até hoje em nossa casa no Vidigal, já castrados ficaram ao deus dará, se entrego para Ana dos gatos, poderão virar churrasco em um restaurante chinês no Leblon.

E é nesta confusão mental que a solidão fria me causa tremores de como será o futuro de minha alma, é por tudo isto que Miache Confuso.

MIACHE CONFUSO

22/06/2014

22 HORAS E 22 MINUTOS

Miache Confuso
Enviado por Miache Confuso em 11/09/2015
Reeditado em 12/09/2015
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