Responsabilidade Social

Responsabilidade social

O Pacto Global das Nações Unidas lançado em 1999 por Kofi Annan, se espalha pelo Brasil, ampliando sobremaneira a visão empresarial sobre o planejamento e o gerenciamento de recursos voltados para o respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente e à ética nos negócios. O empresariado brasileiro guiado pelos objetivos do Pacto, a ele aderiu de forma espetacular, colocando o Brasil em segundo lugar no ranking mundial em função do número de empresas signatárias e isso é bom. É bom para o país, é bom para a juventude universitária que busca no corolário da Ciência da Administração, o conhecimento necessário para a implementação de ações que a modernidade exige.

É prazeroso constatar que as faculdades que oferecem cursos de administração de empresas possuem em suas grades curriculares, disciplinas como Governança Corporativa, Ética Empresarial e Administração e Meio Ambiente, todas elas voltadas para a difusão dos conhecimentos que visam fortalecer a boa cidadania corporativa de seus alunos. Pena que algumas faculdades e são ainda muitas, não demonstram interesse em adequar o fluxograma do curso de administração em detrimento da comprometedora redução de custos que afeta diretamente a qualidade do curso que oferecem.

Poucos se apercebem que, num país do tamanho do Brasil, a redução da pobreza e das desigualdades sociais dependem também de iniciativas que propugnem pela inclusão social. A prática da Responsabilidade Social vai ao encontro do que preconiza o Pacto Global e dirigentes empresariais que possuem visão de futuro, têm sobrados motivos para se orgulharem de colaborar com projetos sociais.

Os cuidados com a conservação e preservação do meio ambiente, a ética nos negócios, o respeito aos direitos humanos formam um conjunto que bem caracterizam a boa governança e desde há muito se sabe que, os lucros fluem com maior intensidade e rapidez se a empresa for bem administrada e administrar bem uma empresa, nos dias atuais, perpassa pela internalização e adoção de novos ditames mercadológicos advindos da globalização.

Os empresários refratários à idéia da Responsabilidade Social que se cuidem! Uma nova visão empresarial assola o mundo dos negócios, mudando conceitos, instalando novos paradigmas e lançando novos desafios. Os que resistirem, estarão fadados a serem lembrados como os velhos que se postaram na contramão da história. Felizmente, nossa juventude está sendo preparada para enfrentar e romper com o velho e surrado paradigma de que, apenas o lucro e tão somente ele, é o que interessa.

A nós professores, cabe-nos a tarefa de difundir e instigar nossos alunos a adotarem uma postura profissional condizente com a realidade mundial e brasileira, que está a reclamar ações empresariais que tenham o lucro como motivação, mas que também contribuam para a erradicação da miséria que há 505 anos nos humilha, nos sufoca e nos subtrai o direito de viver uma cidadania plena.

Quaisquer pensamentos e atitudes contrárias à prática da Responsabilidade Social, somente nos farão persistir no estudo mais aprofundado do que julgamos ser o viés inovador que poderá contribuir com a diminuição da miséria que nos assola, nos castiga e nos mata.

Rui Araújo de Azevedo

Economista e professor.

www.ruiazevedo.com

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 23/06/2007
Código do texto: T537736