QUANDO A CORDA ARREBENTA...

Do lado mais fraco...

É pública a crise pela qual atravessa a aviação civil.

Aqui no nosso país, para qualquer fato que gere comoção, seja ele político ou não, sempre há explicações tendenciosas para tudo.

A gente, que vai seguindo na vida a olhos abertos, fica perplexo a cada acontecimento, a cada comentário, a cada justificativa.

Quando achamos que não há nada mais esdrúxulo a ser argumentado...mero engano!-sempre somos surpreendidos.

Pelo que entendi, tudo começou com o grave acidente aéreo do vôo da TAM que ocorreu no ano passado, e que veio colocar em xeque a situação precária da segurança nos nossos vôos.

E justo agora que eu vinha treinando a perder o medo de avião!

Agora é que não tem mais jeito, mesmo!

Sinto-me moralmente lesada...

Obviamente, haveria que se constatar o porquê do ocorrido.

O que pareceu a todos, é que ocorreu uma sucessão de erros que culminou com o lamentável acidente.

Agora, quando uma classe profissional inteirinha vem e coloca a público o sucateamento de determinados serviços de utilidade pública, a dificuldade que vem ocorrendo no controle de tráfego aéreo, gera-se uma “revolta na classe político-administrativa", como se os serviços públicos funcionassem a todo o vapor... a prova de qualquer crítica contra.

É só olharmos para a saúde, para a educação, para a segurança, para a violência, para a corrupção, que não é difícil acreditar que os controladores têm, no mínimo, uma parte da razão naquilo que denunciam.

Só bobo não perceberia isso...

Fiquei impressionada ao ver a situação do controlador de vôo, pobre garoto de bons olhos, que foi colocado no bancos dos réus, a responder por uma sucessão de desmandos administrativos que há anos ocorrem, e que logicamente colocam a sociedade toda em risco, não só no céu, mas inclusive aqui na terra mesmo!

Acho no mínimo desumano se querer achar um “bode expiatório"para um acidente daquela magnitude.Ninguém em sã consciência quer derrubar uma aeronave!

E hoje, ouvi algo que alguém por aí pronunciou..."que a crise na aviação é sinal de prosperidade".Para entender o subliminar desta declaração...só relaxando e gozando...mesmo.

Aliás, quem goza da cara da gente são eles, gestores de serviços públicos, que ao se darem conta de que a demanda pelo transporte aéreo aumentou, ou se popularizou, nada mais óbvio que gerencialmente se providenciasse equipar os serviços com mais tecnologia e recursos humanos.

Até uma simples dona de casa sabe que, se as bocas aumentam, há que se colocar mais água no feijão!

Ontem um comentarista da Rádio Jovem Pam de São Paulo, dizia que o país é refém de três mil controladores de vôo.

Infelizmente sou obrigada a discordar.

Somos refém sim, mas não duma categoria que agoniza e pede por socorro.

Somos refém do “ingerenciamento” de décadas, da incompetência administrativa e da impunidade que assola o país.

Aqui, politicamente se resolve tudo, inclusive as tragédias...