Medidas das Autoridades Chinesas Para a Atual Crise

25 de agosto de 2015

Os problemas com as fortes quedas das bolsas chinesas continuam a afetar todo o mundo, desvalorizando o valor das empresas. E as autoridades monetárias da China começaram a tomar medidas para estimular a aceleração do crescimento da sua economia.

Todos reconhecem que entre os mais importantes problemas chineses se encontra a capacidade ociosa existente na sua economia com a desaceleração do seu crescimento. Uma parte dos problemas das quedas acentuadas das suas bolsas, que tinham crescido substancialmente nos últimos 12 meses e ainda se mantém acima do nível de um ano atrás, decorre das desconfianças que começaram a corroer aquela economia. No intuito de suavizar a desaceleração, as autoridades monetárias chinesas tomaram as medidas corretas, mas ainda insuficientes para estimular a recuperação.

Provocou-se um corte de 0.25% nas atuais referências das taxas de juros, tanto dos depósitos como dos empréstimos, que passaram a ser de 1,75% para os depósitos e 4,6% para os empréstimos que, se comparadas com as taxas brasileiras, são extremamente modestas. Efetuou-se uma redução dos depósitos compulsórios para que os bancos possam ampliar seus empréstimos, com preferência para os créditos rurais,

Na realidade, estas medidas monetárias funcionam como uma corda e possuem uma elevada eficácia quando se trata de reduzir o nível de atividade, mas não provocam os mesmos efeitos para estimular a aceleração da economia. Precisam ser completadas por medidas fiscais que aumentam os dispêndios do governo, que começa pela infraestrutura e pela construção civil.

No entanto, como já existe uma capacidade ociosa, como muitos edifícios sem ocupação, de forma semelhante com o que acontece no Brasil, estes gastos precisam ser voltados para a infraestrutura, que já veio aumentando de forma substancial na China, ajudando a manter sua elevada taxa de crescimento do passado. O que as autoridades almejam é o aumento do consumo das famílias, mas quando elas ficam assustadas com as violentas flutuações, a tendência acaba sendo no sentido de ampliar da cautela.

O aumento das exportações chinesas no mundo globalizado que passa por dificuldades em diversos países não é coisa muito fácil. Todos estão procurando soluções semelhantes, havendo uma verdadeira guerra cambial. Os países que contam com espaço para tanto, como o Brasil que veio reduzindo sua participação no comércio internacional, ainda contam com esta possibilidade, mesmo que também seja difícil.

Somam-se também na China problemas políticos com o combate à corrupção, como vem ocorrendo no Brasil, ainda que os motivos sejam diferentes. De qualquer forma, num mundo limitado, as soluções acabarão exigindo muita criatividade, não bastando as medidas tradicionais.

Fonte:

http://www.asiacomentada.com.br

Boris Becker
Enviado por Boris Becker em 26/08/2015
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