As vezes no mundo do esperto eu me acho um idiota
E porque digo isso? Ora, é porque gosto de ser idiota as vezes, me faz me sentir vivo, ignorante, completo bobo, mas não que faça isso constantemente, "ser bobo". Na verdade só faço porque percebo que existe uma cobrança sobre o que se deve dizer, para que público dizer, como dizer, como seduzir, coisas que vão da observação ao discurso.
Pois bem, prometo fazer esse texto sem edição no momento, estou cansado e quero fazer o texto rápido, passar a ideia, somente pelo desejo do registro. Pronto! Acordado. Mas sobre querer ser bobo, não tem algo que ultimamente me dê mais prazer do que ser bobo. Quando sou obrigado a ter que dar conhecimentos, então eu os dou, mas é só por obrigação. O que eu gosto mesmo, como eu disse, é ser bobo e ficar abobado, contemplando traços, finezas, movimentos sincronizados, sem definir, só contemplando e contemplando.
Dizem por aí que isso é causa de eu ser bobo, outros quererão defender, à dizer que bobo descrito aqui é um rapaz esperto, que fala pouco, que observa muito e que pensa na medida certa para chegar a conclusão, que no mínimo chamarão de justa medida e no máximo darão o nome de razão; "-Racional! Bradam muitos". -Não! Bobo não define, ele só contempla. É bobo, e pelo que preza na sua função de bobo, este só fala se for para fazer alguém feliz. Nunca vi bobo falar em vão. Mas não é qualquer tipo de bobo que é assim, porque na felicidade todos os bobos se confundem, pois, assim como na razão, a felicidade entra numa reta individual, que quando se trata do outro, chega na indecisão. E por isso mesmo, por causa da indecisão, normalmente o bobo se cala, e novamente volta ao silêncio. Dizem que isso é causa de o bobo ter uma condenação, o falar pela tragédia ou o calar-se pela solução.